NOTA DO SINDICATO DOS MUNICIPÁRIOS DE PORTO ALEGRE - SIMPA
A aprovação do projeto que cria o Instituto Municipal da Estratégia da Saúde da Família (IMESF), com o voto dos 26 vereadores da bancada do governo, na madrugada do dia 15 de fevereiro, na Câmara de Porto Alegre, demonstra o verdadeiro perfil da gestão do prefeito Fortunati, que usa a situação de maioria na Câmara para seguir o compromisso político de ampliar as terceirizações e avançar na privatização da saúde.
O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre repudia a postura autoritária do prefeito municipal, que desconsiderou a mobilização da sociedade e do Fórum de Entidades em Defesa do SUS, que pedia a abertura do debate sobre o projeto.
No curto período em que o tema ganhou destaque na imprensa, Fortunati propositadamente usou os servidores públicos como desculpa para os graves problemas de gestão que ocorrem no SUS sob responsabilidade do município. Fomos atacados sem que houvesse possibilidade de defesa, usados como bode expiatório.
Essa não é a primeira vez que o atual prefeito usa o servidor público para encobrir os problemas gerados por anos de corrupção, pela falta de manutenção do patrimônio público e por projetos falaciosos como o do IMESF, que só resultaram em despesas extras sem nenhum resultado efetivo. Logo no início dos seus dois anos e meio de gestão como prefeito, Fortunati colocou sobre o servidor público a culpa da morte de dois jovens ocorrida na Capital, como forma de encobrir o péssimo serviço prestado pelas empresas terceirizadas relacionadas aos setores de iluminação pública e saneamento.
À época, manifestamos a posição do Sindicato, pedindo a restauração da verdade e maior controle sobre o processo de terceirização. Nossa mobilização não foi escutada pelo prefeito, nem levada em consideração.
Seguindo o compromisso que orienta todas as ações do SIMPA, que é o de defender os servidores públicos municipais, lutando pela preservação das responsabilidades do setor público, pelo salário digno e por condições de trabalho, integramos a mobilização contra a criação do IMESF e a política de fundações para a transferência de obrigações públicas à iniciativa privada.
Nossa luta também representa os interesses da sociedade. O “estado mínimo” não atende ao cidadão. Apesar de todo o desrespeito com que somos tratados, é o servidor público que mantém a estrutura de serviços funcionando, mesmo com todo o sucateamento provocado pelos desmandos políticos.
A terceirização e a transferência de responsabilidades no setor público serve somente àqueles que almejam o poder, mas não gostam do trabalho inerente à função, que é administrar o setor público seguindo as normas legais conquistadas pelos cidadãos.
Vereadores que votaram A FAVOR do IMESF – TERCEIRIZAÇÃO DA SAÚDE: Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Idenir Cecchin, João Antônio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga, Mário Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal.
Vereadores que votaram CONTRA o IMESF – em defesa do SUS: Adeli Sell, Airton Ferronato, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchiona, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e Sofia Cavedon.
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