CYNARA MENEZES
Jornalista
Mas, quem diria, apesar de derrotado pela história, o Manual continua sendo não só a única referência intelectual do conservadorismo latino-americano como gerou filhos. No Brasil, é aquele sujeito que se sente no direito de ir contra as idéias mais progressistas e civilizadas possíveis em nome de uma pretensa independência de opinião que, no fundo, disfarça sua real ideologia e as lacunas em sua formação. Como de fato a obra de Álvaro e companhia marcou época, até como homenagem vamos chamá-los de “perfeitos imbecis politicamente incorretos”. Eles se dividem em três grupos:
1. o “pensador” imbecil politicamente incorreto: ataca líderes LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trânsgeneros) e defende homofóbicos sob o pretexto de salvaguardar a liberdade de expressão. Ataca a política de cotas baseado na idéia que propaga de que não existe racismo no Brasil. Além disso, ações afirmativas seriam “privilégios” que não condizem com uma sociedade em que há “oportunidades iguais para todos”. Defende as posições da Igreja Católica contra a legalização do aborto e ignora as denúncias de pedofilia entre o clero. Adora chamar socialistas de “anacrônicos” e os guerrilheiros que lutaram contra a ditadura de “terroristas”, mas apoia golpes de Estado “constitucionais”. Um torturado? “Apenas um idiota que se deixou apanhar.” Foge do debate de idéias como o diabo da cruz, optando por ridicularizar os adversários com apelidos tolos. Seu mote favorito é o combate à corrupção, mas os corruptos sempre estão do lado oposto ao seu. Prega o voto nulo para ocultar seu direitismo atávico. Em vez de se ocupar em escrever livros elogiando os próprios ídolos, prefere a fórmula dos guias que detonam os ídolos alheios –os de esquerda, claro. Sua principal característica é confundir inteligência com escrever e falar corretamente o português.
2. o comediante imbecil politicamente incorreto: sua visão de humor é a do bullying. Para ele não existe o humor físico de um Charles Chaplin ou Buster Keaton, ou o humor nonsense do Monty Python: o único humor possível é o que ri do próximo. Por “próximo”, leia-se pobres, negros, feios, gays, desdentados, gordos, deficientes mentais, tudo em nome da “liberdade de fazer rir.” Prega que não há limites para o humor, mas é uma falácia. O limite para este tipo de comediante é o bolso: só é admoestado pelos empregadores quando incomoda quem tem dinheiro e pode processá-los. Não é à toa que seus personagens sempre estão no ônibus ou no metrô, nunca num 4X4. Ri do office-boy e da doméstica, jamais do patrão. Iguala a classe política por baixo e não tem nenhum respeito pelas instituições: o Congresso? “Melhor seria atear fogo”. Diz-se defensor da democracia, mas adora repetir a “piada” de que sente saudades da ditadura. Sua principal característica é não ser engraçado.
3. o cidadão imbecil politicamente incorreto: não se sabe se é a causa ou o resultados dos dois anteriores, mas é, sem dúvida, o que dá mais tristeza entre os três. Sua visão de mundo pode ser resumida na frase “primeiro eu”. Não lhe importa a desigualdade social desde que ele esteja bem. O pobre para o cidadão imbecil é, antes de tudo, um incompetente. Portanto, que mal haveria em rir dele? Com a mulher e o negro é a mesma coisa: quem ganha menos é porque não fez por merecer. Gordos e feios, então, era melhor que nem existissem. Hahaha. Considera normal contar piadas racistas, principalmente diante de “amigos” negros, e fazer gozação com os subordinados, porque, afinal, é tudo brincadeira. É radicalmente contra o bolsa-família porque estimula uma “preguiça” que, segundo ele, todo pobre (sobretudo se for nordestino) possui correndo em seu sangue. Também é contrário a qualquer tipo de ação afirmativa: se a pessoa não conseguiu chegar lá, problema dela, não é ele que tem de “pagar o prejuízo”. Sua principal característica é não possuir ideias além das que propagam os “pensadores” e os comediantes imbecis politicamente incorretos.
O texto "O perfeito imbecil politicamente incorreto" foi originalmente publicado no site da revista Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/politica/o-perfeito-imbecil-politicamente-incorreto/
domingo, 25 de dezembro de 2011
Tarso Genro e o desmonte da escola pública
MÁRIO MAESTRI
Historiador e professor do Curso e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF
FLORENCE CARBONI
Linguista e professora do Curso de Letras da UFRGS
Foi uma vitória indiscutível de Tarso Genro sobre o sindicalismo combativo sulino, ao liquidar a greve dos professores da rede pública em apenas duas semanas, sem qualquer concessão. A grande imprensa e o patronato rio-grandenses deleitaram-se com massacre sindical promovido pelo governador de partido que já lutou por país mais solidário, justo e cidadão. Comprovaria-se a tese de que os políticos de esquerda lançam os ideais pela janela para abraçar as benesses próprias à gestão do Estado a serviço dos donos da riqueza e do poder.
A derrota do professorado foi enorme, já que lutava apenas e exclusivamente por direito assegurados por lei federal, cumprida pela grande maioria dos estados da federação. Ou seja, o pagamento do piso nacional da categoria, atualmente em pouco mais de seiscentos reais, para vinte horas de trabalho semanais, e contra a proposta conservadora e improvisada de reforma curricular que levará à desqualificação geral de ensino médio publico sulino, há décadas, mal das pernas.
O magistério público sulino tem uma das mais baixas remunerações iniciais do Brasil. Apesar de constituir lei federal desde 2008, reafirmada pelo Superior Tribunal Federal, o desmilinguido piso salarial foi vilmente negado pelo governo Yeda Cruzius e, agora, por Tarso Pinóquio Genro, que pede assim que esqueçam tudo o que já disse e escreveu no passado e, sobretudo, olvidem suas promessas na campanha recente. No Brasil, apenas meia dúzia de estados seguem irredutíveis no descumprimento da legislação federal.
A desculpa para sonegar parte do salário devido aos professores é a eterna falta de recursos. Porém, apenas em 2010, a desoneração do capital privado significou uma perda de quase dez bilhões de reais, mais de 30% da arrecadação estadual! E, neste 2011, Tarso Genro prometeu ampliar ainda mais a renúncia fiscal em favor dos interesses privados, sobretudo através do Fundo Operação Empresa. No passado, o fundo foi criticado justa e duramente pelo próprio PT, por irrigar com recursos públicos interesses privados. Apenas uma pequena parte deste ‘despilfarro’ das rendas públicas garantiria uma remuneração minimamente justa aos professores e recursos para a escola pública.
Um Novo Ensino Médio
Após a derrota da greve, Tarso Genro chantageia as direções do professorado, condicionando a abertura das discussões e, consequentemente, o abonamento dos dias parados, após a reposição das aulas, à não realização de protestos e atos públicos sindicais contra a reestruturação pedagógica do ensino médio público. Ou seja, exige o abandono pela direção sindical de também este ponto de sua pauta de mobilização e luta, em defesa da qualidade do sistema público estadual de ensino.
Sob a proposta pomposa de “aproximar a escola ao mercado de trabalho”, a improvisada modificação do currículo, a ser aplicada já no início de 2012, previa que disciplinas fundamentais como português, matemática, física e, logicamente, história, ocupassem apenas 25% da carga horária, no terceiro ano do ensino médio. Tudo em favor de uma fantasmagórica “parte diversificada” do currículo, a ser construída à medida que o andor ponha-se em marcha, caso se ponha!
Entre outras propostas surrealistas do novo programa do “Ensino Médio Politécnico”, encontra-se o envio do alunado para cumprir estágios e ocupar-se em “emprego formal ou não formal” – não obrigatoriamente remunerado, é claro – nas indústrias, oficinas, escritórios, etc. Medidas mirabolantes com as quais o governo procura engambelar a comunidade sulina com arremedo de ensino profissionalizante través da literal expulsão dos alunos do espaço escolar, em movimento pedagógico que, no frigir dos ovos, desonera os investimentos públicos no ensino!
As medidas propostas assentarão golpe terrível na formação já mais do que deficiente do alunado, sem lhe conceder qualquer formação técnico-profissional efetiva. Destaque-se que essas medidas se restringem exclusivamente à rede pública, poupando o ensino privado da letal alquimia pedagógica. O que obrigará os pais a enviarem seus filhos às cada vez mais caras escolas privadas, para terem educação minimamente qualificado que permita, por exemplo, participar de provas como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), fundamental para ingresso em curso de nível superior na vida profissional.
Os Trabalhadores São Gente
Como os engenheiros, advogados, médicos, etc., também os pedreiros, mecânicos, eletricistas, informáticos, motoristas, torneiros-mecânicos, enfermeiros, policiais, etc. necessitam possuir competência comunicativa, verbal e escrita, correta, lógica e rica, e conhecer em forma substantiva os elementos básicos de matemática, da física, da química, da história, da geografia, de língua estrangeira, para desempenharem em forma qualificada suas funções sociais específicas e se inserirem funcional e qualitativamente na sociedade.
Sobretudo, antes de propostas modernosas e estapafúrdias tiradas da algibeira pelo novo governo, em um passe de mágica, para lançar fumo nos olhos da população sulina, como o diálogo com as “novas tecnologias” e a preparação da “inteligência para os novos desafios”, o ensino médio no Rio Grande do Sul tem que fazer sua lição básica de casa – ensinar os alunos a pensar, a expressar-se, a ler e a escrever corretamente.
Durante todo o ciclo fundamental e médio, o ensino deve desdobrar-se em atividades teóricas e práticas, harmonicamente distribuídas e integradas. Deve fornecer formação básica e sólida em práticas hoje imprescindíveis à vida social e profissional – digitação, informática, etc. Aprendizado que implica que todas as escolas possuam efetivamente laboratórios e bibliotecas acessíveis a todos os alunos, pois elas são o lócus privilegiado do aprendizado. O que exige, convenhamos, investimentos pouco significativos. Essa formação é a base imprescindível para qualquer cultura técnica.
Não há outro caminho a ser seguido. Uma escola pública livre, laica, gratuita e de qualidade, capaz de propiciar uma formação básica sólida e efetiva, constitui o único caminho capaz de armar uma enorme parte da população sulina para a vida social e profissional, alavancando poderosamente o próprio know-how elementar do Estado. Uma escola pública de qualidade constitui igualmente de um dos mais poderosos instrumentos de sociabilização da comunidade rio-grandense.
Soluções Simples
Para alcançarmos a escola que necessitamos, não serve atos de alquimia, que se sucedem no Rio Grande do Sul, monotonamente, a cada governo empossado, contribuindo inexoravelmente ao sucateamento do ensino público estadual – quem não se lembra do estrago causado pelo “Calendário Rotativo”, a solução miraculosa para a rede pública do governo Collares! Impõe-se apenas formação de qualidade para o corpo docente, com remunerações e jornadas de trabalho condizentes com a atividade de ensino.
Desde talvez o distante governo de Leonel de Moura Brizola, a partir da ditadura militar, o ensino público estadual tem sido objeto de inexorável desmonte pelos governos de todos os sabores políticos, associado à transferência dos recursos públicos aos grandes interesses privados. Uma política que sempre teve como corolário a expansão do ensino privado, em uma ótica mercantil de voracidade pantagruélica, de qualidade relativa no geral também fortemente discutível.
A atual situação da escola pública no Rio Grande do Sul não se deve à incapacidade, ao descuido, à corrupção, etc. dos políticos, ainda que tudo isto desempenhe papel substancial nesse processo de degradação inexorável. A política de desmonte da rede pública corresponde apenas ao assinalado desvio dos recursos públicos para os interesses privados, baseado em convicção ideológica da imprescindível construção e reprodução de sociedade de classes a “duas velocidades”. Nos fatos, vivemos o mesmo processo de degradação dos investimentos públicos na saúde, na segurança, na cultura, nos transportes, etc.
Sem inovar e inventar absolutamente nada, Tarso Genro e seu escudeiro para assuntos escolares prosseguem apenas e simplesmente em cavalgada histórica insana embalada pelo terrível aforismo de Friedrich Nietzsche de que, “se queremos criar escravos, não devemos educá-los como senhores”.
O texto "Tarso Genro e o desmonte da escola pública" foi publicado no site Diário Liberdade: http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=22717:tarso-genro-e-o-desmonte-da-escola-publica&catid=306:aqui-e-agora&Itemid=21
Historiador e professor do Curso e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF
FLORENCE CARBONI
Linguista e professora do Curso de Letras da UFRGS
Nota da UJC Porto Alegre: apesar de não concordarmos pontualmente com a avaliação da última greve dos professores da rede estadual de ensino apresentada pelos autores consideramos este texto uma excelente crítica do desmonte do Ensino Médio gaúcho planejado pelo Governo Tarso Genro
Foi uma vitória indiscutível de Tarso Genro sobre o sindicalismo combativo sulino, ao liquidar a greve dos professores da rede pública em apenas duas semanas, sem qualquer concessão. A grande imprensa e o patronato rio-grandenses deleitaram-se com massacre sindical promovido pelo governador de partido que já lutou por país mais solidário, justo e cidadão. Comprovaria-se a tese de que os políticos de esquerda lançam os ideais pela janela para abraçar as benesses próprias à gestão do Estado a serviço dos donos da riqueza e do poder.
A derrota do professorado foi enorme, já que lutava apenas e exclusivamente por direito assegurados por lei federal, cumprida pela grande maioria dos estados da federação. Ou seja, o pagamento do piso nacional da categoria, atualmente em pouco mais de seiscentos reais, para vinte horas de trabalho semanais, e contra a proposta conservadora e improvisada de reforma curricular que levará à desqualificação geral de ensino médio publico sulino, há décadas, mal das pernas.
O magistério público sulino tem uma das mais baixas remunerações iniciais do Brasil. Apesar de constituir lei federal desde 2008, reafirmada pelo Superior Tribunal Federal, o desmilinguido piso salarial foi vilmente negado pelo governo Yeda Cruzius e, agora, por Tarso Pinóquio Genro, que pede assim que esqueçam tudo o que já disse e escreveu no passado e, sobretudo, olvidem suas promessas na campanha recente. No Brasil, apenas meia dúzia de estados seguem irredutíveis no descumprimento da legislação federal.
A desculpa para sonegar parte do salário devido aos professores é a eterna falta de recursos. Porém, apenas em 2010, a desoneração do capital privado significou uma perda de quase dez bilhões de reais, mais de 30% da arrecadação estadual! E, neste 2011, Tarso Genro prometeu ampliar ainda mais a renúncia fiscal em favor dos interesses privados, sobretudo através do Fundo Operação Empresa. No passado, o fundo foi criticado justa e duramente pelo próprio PT, por irrigar com recursos públicos interesses privados. Apenas uma pequena parte deste ‘despilfarro’ das rendas públicas garantiria uma remuneração minimamente justa aos professores e recursos para a escola pública.
Um Novo Ensino Médio
Após a derrota da greve, Tarso Genro chantageia as direções do professorado, condicionando a abertura das discussões e, consequentemente, o abonamento dos dias parados, após a reposição das aulas, à não realização de protestos e atos públicos sindicais contra a reestruturação pedagógica do ensino médio público. Ou seja, exige o abandono pela direção sindical de também este ponto de sua pauta de mobilização e luta, em defesa da qualidade do sistema público estadual de ensino.
Sob a proposta pomposa de “aproximar a escola ao mercado de trabalho”, a improvisada modificação do currículo, a ser aplicada já no início de 2012, previa que disciplinas fundamentais como português, matemática, física e, logicamente, história, ocupassem apenas 25% da carga horária, no terceiro ano do ensino médio. Tudo em favor de uma fantasmagórica “parte diversificada” do currículo, a ser construída à medida que o andor ponha-se em marcha, caso se ponha!
Entre outras propostas surrealistas do novo programa do “Ensino Médio Politécnico”, encontra-se o envio do alunado para cumprir estágios e ocupar-se em “emprego formal ou não formal” – não obrigatoriamente remunerado, é claro – nas indústrias, oficinas, escritórios, etc. Medidas mirabolantes com as quais o governo procura engambelar a comunidade sulina com arremedo de ensino profissionalizante través da literal expulsão dos alunos do espaço escolar, em movimento pedagógico que, no frigir dos ovos, desonera os investimentos públicos no ensino!
As medidas propostas assentarão golpe terrível na formação já mais do que deficiente do alunado, sem lhe conceder qualquer formação técnico-profissional efetiva. Destaque-se que essas medidas se restringem exclusivamente à rede pública, poupando o ensino privado da letal alquimia pedagógica. O que obrigará os pais a enviarem seus filhos às cada vez mais caras escolas privadas, para terem educação minimamente qualificado que permita, por exemplo, participar de provas como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), fundamental para ingresso em curso de nível superior na vida profissional.
Os Trabalhadores São Gente
Como os engenheiros, advogados, médicos, etc., também os pedreiros, mecânicos, eletricistas, informáticos, motoristas, torneiros-mecânicos, enfermeiros, policiais, etc. necessitam possuir competência comunicativa, verbal e escrita, correta, lógica e rica, e conhecer em forma substantiva os elementos básicos de matemática, da física, da química, da história, da geografia, de língua estrangeira, para desempenharem em forma qualificada suas funções sociais específicas e se inserirem funcional e qualitativamente na sociedade.
Sobretudo, antes de propostas modernosas e estapafúrdias tiradas da algibeira pelo novo governo, em um passe de mágica, para lançar fumo nos olhos da população sulina, como o diálogo com as “novas tecnologias” e a preparação da “inteligência para os novos desafios”, o ensino médio no Rio Grande do Sul tem que fazer sua lição básica de casa – ensinar os alunos a pensar, a expressar-se, a ler e a escrever corretamente.
Durante todo o ciclo fundamental e médio, o ensino deve desdobrar-se em atividades teóricas e práticas, harmonicamente distribuídas e integradas. Deve fornecer formação básica e sólida em práticas hoje imprescindíveis à vida social e profissional – digitação, informática, etc. Aprendizado que implica que todas as escolas possuam efetivamente laboratórios e bibliotecas acessíveis a todos os alunos, pois elas são o lócus privilegiado do aprendizado. O que exige, convenhamos, investimentos pouco significativos. Essa formação é a base imprescindível para qualquer cultura técnica.
Não há outro caminho a ser seguido. Uma escola pública livre, laica, gratuita e de qualidade, capaz de propiciar uma formação básica sólida e efetiva, constitui o único caminho capaz de armar uma enorme parte da população sulina para a vida social e profissional, alavancando poderosamente o próprio know-how elementar do Estado. Uma escola pública de qualidade constitui igualmente de um dos mais poderosos instrumentos de sociabilização da comunidade rio-grandense.
Soluções Simples
Para alcançarmos a escola que necessitamos, não serve atos de alquimia, que se sucedem no Rio Grande do Sul, monotonamente, a cada governo empossado, contribuindo inexoravelmente ao sucateamento do ensino público estadual – quem não se lembra do estrago causado pelo “Calendário Rotativo”, a solução miraculosa para a rede pública do governo Collares! Impõe-se apenas formação de qualidade para o corpo docente, com remunerações e jornadas de trabalho condizentes com a atividade de ensino.
Desde talvez o distante governo de Leonel de Moura Brizola, a partir da ditadura militar, o ensino público estadual tem sido objeto de inexorável desmonte pelos governos de todos os sabores políticos, associado à transferência dos recursos públicos aos grandes interesses privados. Uma política que sempre teve como corolário a expansão do ensino privado, em uma ótica mercantil de voracidade pantagruélica, de qualidade relativa no geral também fortemente discutível.
A atual situação da escola pública no Rio Grande do Sul não se deve à incapacidade, ao descuido, à corrupção, etc. dos políticos, ainda que tudo isto desempenhe papel substancial nesse processo de degradação inexorável. A política de desmonte da rede pública corresponde apenas ao assinalado desvio dos recursos públicos para os interesses privados, baseado em convicção ideológica da imprescindível construção e reprodução de sociedade de classes a “duas velocidades”. Nos fatos, vivemos o mesmo processo de degradação dos investimentos públicos na saúde, na segurança, na cultura, nos transportes, etc.
Sem inovar e inventar absolutamente nada, Tarso Genro e seu escudeiro para assuntos escolares prosseguem apenas e simplesmente em cavalgada histórica insana embalada pelo terrível aforismo de Friedrich Nietzsche de que, “se queremos criar escravos, não devemos educá-los como senhores”.
O texto "Tarso Genro e o desmonte da escola pública" foi publicado no site Diário Liberdade: http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=22717:tarso-genro-e-o-desmonte-da-escola-publica&catid=306:aqui-e-agora&Itemid=21
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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
Castro Alves - "O povo ao poder"
CASTRO ALVES
Castro Alves, poeta abolicionista baiano (1847-1871) |
QUANDO nas praças s'eleva
Do povo a sublime voz...Um raio ilumina a treva
O Cristo assombra o algoz...
Que o gigante da calçada
Com pé sobre a barricada
Desgrenhado, enorme, e nu,
Em Roma é Catão ou Mário,
É Jesus sobre o Calvário,
É Garibaldi ou Kossuth.
A praça! A praça é do povo
Como o céu é do condor
É o antro onde a liberdade
Cria águias em seu calor.
Senhor!... pois quereis a praça?
Desgraçada a populaça
Só tem a rua de seu...
Ninguém vos rouba os castelos
Tendes palácios tão belos...
Deixai a terra ao Anteu.
Na tortura, na fogueira...
Nas tocas da inquisição
Chiava o ferro na carne
Porém gritava a aflição.
Pois bem... nest’hora poluta
Nós bebemos a cicuta
Sufocados no estertor;
Deíxai-nos soltar um grito
Que topando no infinito
Talvez desperte o Senhor.
A palavra! vós roubais-la
Aos lábios da multidão
Dizeis, senhores, à lava
Que não rompa do vulcão.
Mas qu'infâmia! Ai, velha Roma,
Ai, cidade de Vendoma,
Ai, mundos de cem heróis,
Dizei, cidades de pedra,
Onde a liberdade medra
Do porvir aos arrebóis.
Dizei, quando a voz dos Gracos
Tapou a destra da lei?
Onde a toga tribunícia
Foi calcada aos pés do rei?
Fala, soberba Inglaterra,
Do sul ao teu pobre irmão;
Dos teus tribunos que é feito?
Tu guarda-os no largo peito
Não no lodo da prisão.
No entanto em sombras tremendas
Descansa extinta a nação
Fria e treda como o morto.
E vós, que sentis-lhe o pulso
Apenas tremer convulso
Nas extremas contorções...
Não deixais que o filho louco
Grite "oh! Mãe, descansa um pouco
Sobre os nossos corações".
Mas embalde... Que o direito
Não é pasto do punhal.
Nem a patas de cavalos
Se faz um crime legal...
Ah! não há muitos setembros
Da plebe doem os membros
No chicote do poder,
E o momento é malfadado
Quando o povo ensanguentado
Diz: já não posso sofrer.
Pois bem! Nós que caminhamos
Do futuro para a luz,
Nós que o Calvário escalamos
Levando nos ombros a cruz,
Que do presente no escuro
Só temos fé no futuro,
Como alvorada do bem,
Como Laocoonte esmagado
Morreremos coroado
Erguendo os olhos além.
Irmãos da terra da América,
Filhos do solo da cruz,
Erguei as frontes altivas,
Bebei torrentes de luz...
Ai! soberba populaça,
Rebentos da velha raça
Dos nossos velhos Catões,
Lançai um protesto, é povo,
Protesto que o mundo novo
Manda aos tronos e às nações.
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Lei restringe o uso do Largo Glênio Peres na Capital
MARCUS MENEGHETTI - especial para o Jornal do Comércio
Em uma sessão dominada pela polêmica da mudança de nome da avenida Castelo Branco, os vereadores de Porto Alegre aprovaram, às pressas e com pouco debate, na quarta-feira, o projeto de lei do Executivo que controla a realização de eventos políticos, econômicos e culturais no Largo Glênio Peres.
Antes da votação, o titular da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (Smic), Valter Nagelstein (PMDB), esteve no plenário conversando com os parlamentares da base aliada. O texto passou com ampla maioria. A aprovação da matéria causou descontentamento no Sindicato dos Artesãos do Rio Grande do Sul, pois o texto proíbe a realização da Feira da Semana do Artesão (data criada pela Câmara e Assembleia Legislativa).
Nesta quinta-feira, o presidente do sindicato, Sergio de Freitas Silva, falou no espaço da Tribuna Popular da Câmara. "Segundo dados do governo do Estado, existem 74 mil cidadãos que optaram pela atividade artesanal no Rio Grande do Sul. Ontem (quarta-feira), antes dessa tribuna que foi agendada com antecedência, foi aprovado o projeto que excluiu a feira dos artesãos dos eventos permitidos no Largo Glênio Peres. Excluíram inclusive a emenda que nos incluía. Nem sequer nos ouviram", criticou Silva. A proposta do Executivo autoriza apenas a realização da Feira do Peixe e da Feira Estadual da Economia Solidária, que acontecem no mesmo formato da Feira dos Artesãos - são montadas barracas no calçadão do largo para que os trabalhadores comercializem mercadorias por uma semana.
No entendimento da prefeitura, esses dois eventos - Feira do Peixe e da Economia Solidária - são os únicos que "agregam benefícios a todos os gaúchos, especialmente aos porto-alegrenses". Silva questionou a visão do Executivo e enumerou benefícios dos artesãos à sociedade. "Somos 9 milhões em todo o Brasil e representamos 2,5% do PIB nacional. Numa parceria com a Secretaria Municipal de Governança, oferecemos oficinas para moradores das ilhas de Porto Alegre. E inclusive trazemos eles para que possam vender seus produtos conosco" comentou.
Além da venda dos artesãos, a lei também restringirá manifestações populares no Largo Glênio Peres. Todos os eventos que usarem aparelhos de sonorização terão que pedir autorização para a Smic, seja protestos de caráter cultural, econômico ou político. Artistas de rua também só poderão utilizar o espaço público com permissão da Smic. Haverá no máximo dois shows artísticos com aparelhagem de som por mês e com duração máxima de uma hora.
O Largo Glênio Peres é um espaço tradicionalmente utilizado em atos de partidos políticos, além de protestos de sindicatos, ONGs e entidades de servidores públicos - o Sindicato dos Municipários (Simpa) é um das entidades que costuma ocupar o local. Em período de campanha eleitoral, o uso do espaço por partidos será irrestrito.
Depois da Tribuna Popular, vereadores que votaram a favor do projeto - e contra a emenda que permitia a feira dos artesãos no Largo - tentaram remediar sua posição perante o grupo. O projeto entra em vigor em até 180 dias depois da sanção do prefeito.
O texto "Lei restringe o uso do Largo Glênio Peres na Capital" foi originalmente publicado no site do Jornal do Comércio: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=81619
Liege Freitas - Arquivo Prefeitura Municipal de Porto Alegre |
Antes da votação, o titular da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (Smic), Valter Nagelstein (PMDB), esteve no plenário conversando com os parlamentares da base aliada. O texto passou com ampla maioria. A aprovação da matéria causou descontentamento no Sindicato dos Artesãos do Rio Grande do Sul, pois o texto proíbe a realização da Feira da Semana do Artesão (data criada pela Câmara e Assembleia Legislativa).
Nesta quinta-feira, o presidente do sindicato, Sergio de Freitas Silva, falou no espaço da Tribuna Popular da Câmara. "Segundo dados do governo do Estado, existem 74 mil cidadãos que optaram pela atividade artesanal no Rio Grande do Sul. Ontem (quarta-feira), antes dessa tribuna que foi agendada com antecedência, foi aprovado o projeto que excluiu a feira dos artesãos dos eventos permitidos no Largo Glênio Peres. Excluíram inclusive a emenda que nos incluía. Nem sequer nos ouviram", criticou Silva. A proposta do Executivo autoriza apenas a realização da Feira do Peixe e da Feira Estadual da Economia Solidária, que acontecem no mesmo formato da Feira dos Artesãos - são montadas barracas no calçadão do largo para que os trabalhadores comercializem mercadorias por uma semana.
No entendimento da prefeitura, esses dois eventos - Feira do Peixe e da Economia Solidária - são os únicos que "agregam benefícios a todos os gaúchos, especialmente aos porto-alegrenses". Silva questionou a visão do Executivo e enumerou benefícios dos artesãos à sociedade. "Somos 9 milhões em todo o Brasil e representamos 2,5% do PIB nacional. Numa parceria com a Secretaria Municipal de Governança, oferecemos oficinas para moradores das ilhas de Porto Alegre. E inclusive trazemos eles para que possam vender seus produtos conosco" comentou.
Além da venda dos artesãos, a lei também restringirá manifestações populares no Largo Glênio Peres. Todos os eventos que usarem aparelhos de sonorização terão que pedir autorização para a Smic, seja protestos de caráter cultural, econômico ou político. Artistas de rua também só poderão utilizar o espaço público com permissão da Smic. Haverá no máximo dois shows artísticos com aparelhagem de som por mês e com duração máxima de uma hora.
O Largo Glênio Peres é um espaço tradicionalmente utilizado em atos de partidos políticos, além de protestos de sindicatos, ONGs e entidades de servidores públicos - o Sindicato dos Municipários (Simpa) é um das entidades que costuma ocupar o local. Em período de campanha eleitoral, o uso do espaço por partidos será irrestrito.
Depois da Tribuna Popular, vereadores que votaram a favor do projeto - e contra a emenda que permitia a feira dos artesãos no Largo - tentaram remediar sua posição perante o grupo. O projeto entra em vigor em até 180 dias depois da sanção do prefeito.
O texto "Lei restringe o uso do Largo Glênio Peres na Capital" foi originalmente publicado no site do Jornal do Comércio: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=81619
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Encontrado morto blogueiro que denunciou estupro envolvendo filho do diretor da RBS
Hamilton Alexandre, o Mosquito |
O blogueiro Hamilton Alexandre, o Mosquito, foi encontrado morto em seu apartamento, em Palhoça, Santa Catarina, na tarde de ontem (13). Segundo a polícia, tratou-se de "suicídio por enforcamento". A rápida conclusão, porém, não convenceu seus amigos e familiares, que exigem rigorosa apuração do caso.
Com suas "tijoladas" na internet, Mosquito fez inúmeros inimigos. Nos últimos tempos, ele alertou que estava sendo ameaçado. Na semana retrasada, ele anunciou o fim da sua página: "O blog Tijoladas acabou para eu continuar vivo. Não é uma capitulação. Não mudei meu modo de pensar. Não mudei minhas convicções".
O texto "Encontrado morto blogueiro que denunciou estupro envolvendo filho do diretor da RBS" foi originalmente publicado no site Emergência 190: http://emergencia190.com.br/homicidios/2011/12/14/2776/blogueiro-que-denunciou-estupro-envolvendo-filho-do-diretor-da-rbs-e-encontrado-morto
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violência
Um pouco de Lila
Divido-me entre sonho
e realidade
Penso e sofro
Caminho e amadureço
Lila Ripoll
(homenagem da poetisa comunista no túmulo do seu primo Waldemar Ripoll)
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
WILMARX: $anta vem aí. Te prepara!
A charge "$anta vem aí. Te prepara!" foi originalmente publicada no blog WILMARX humor gráfico: http://wilmarx.blogspot.com/2011/12/santa-vem-ai.html
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Natal
UNICEF: Cuba, sin desnutrición infantil
FERNANDO RAVSBERG
Repórter da BBC MUNDO em Havana
Nota da UJC Porto Alegre: é interessante ver nesta entrevista a tentativa do repórter de "desqualificar" o que é obrigado a noticiar e ser "desmontado" pelo representante da Unicef em Havana, José Juan Ortiz.
Uno de los principales logros de Cuba estaría en la escolarización del 100% de los niños hasta 9º grado. fotografia: BBC MUNDO |
José Juan Ortiz, representante de ese organismo en La Habana, aceptó conversar con BBC Mundo sobre ésta y otras peculiaridades de los niños cubanos.
Según su opinión, lo que ocurren en Cuba se debe a que "hay una voluntad política" en el país.
Afirma que incluso la desnutrición infantil es menor que en países del Cono Sur con economías más fuertes y explica que "en los extremos de América Latina están Guatemala con el mayor problema y Cuba sería el país en el que está más controlado".
¿Hasta qué punto Cuba logra evitar la desnutrición infantil?
La desnutrición severa no existe en Cuba aunque hay algunos focos en las provincias orientales y en los barrios de La Habana con menor desarrollo, sobre todo en casos de embarazos de adolescentes. Sin embargo, están muy controlados por los programas de lucha contra la anemia y de atención a las embarazadas. Además existe un programa de detección de casos desde la primera infancia en las escuelas.
De todas formas estamos atacando estos focos con un programa dirigido a 24 municipios y un presupuesto de US$8,5 millones. Con la FAO (Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación) trabajamos para mejorar los hábitos alimenticios de los cubanos, ya que en Cuba se come mal.
El cambiar hábitos culturales en la nutrición ayuda porque algunas de las carencias que detectamos no se deben a la falta de alimentos sino a su mal uso.
¿Cómo confirman ustedes que estos datos son objetivos?
En Cuba nuestro trabajo es muy fácil. La sociedad tiene buena capacidad técnica y el análisis estadístico es tan profundo que sabemos exactamente dónde están los focos y las necesidades. Por otra parte, nosotros trabajamos en el terreno y por lo tanto conocemos la realidad específica, no sólo dependemos de lo que nos dicen.
¿No podría el gobierno cubano estar engañándolos?
No, ni somos tan tontos ni el gobierno cubano es tan malo. Los datos los constatamos exactamente igual que en cualquier otro país, usamos la misma metodología en Cuba que en Guatemala, Zambia o en España.
El lunes salgo para las provincias orientales y Camagüey a controlar los programas sobre el terreno, nos reunimos con el Poder Popular, con los ministerios y con los usuarios, es decir con la población. Es difícil que no conozcamos la realidad cuando de 24 funcionarios de Unicef, 22 son cubanos y todos tienen hijos o sobrinos.
¿Qué otras peculiaridades tendrían los niños cubanos?
El primer beneficio es la educación. En el mediano plazo la Unicef tiene como objetivo lograr la igualdad de género en la escuela. En Cuba se consiguió hace un montón de años, la escolarización es al 100%. Hay programas educativos de 0 a 3 años y hasta la Universidad es gratuita.
Luego la Salud, garantizada a los niños y niñas, desde antes de nacer, con el control de la salud materno-infantil. La situación es paradigmática en este terreno siendo un país del sur.
Aquí no hay ningún niño en la calle. En Cuba los niños son todavía una prioridad y por eso no sufren las carencias de millones de niños de América Latina, trabajando, explotados o en redes de prostitución.
Usted utiliza la palabra "todavía", ¿es que esos logros podrían perderse?
Es indudable que la situación económica es muy dura, la crisis afecta a todo el planeta y a Cuba de una manera brutal. Pero recalco que "todavía" en Cuba la situación de la infancia es mejor que en la mayoría de la región.
Algunos dicen que la educación es una forma de adoctrinar a los niños cubanos.
Los niños y las niñas tienen el derecho a ser protegidos y por lo tanto el Estado y la familia tienen que velar por ellos. No hay ningún Estado que no ideologice a sus hijos, unos persignándose y otros diciendo "seremos como el Che".
La dirección en la educación existe en todos los sistemas educativos, la ideologización del niño en todos los países se da desde que nace hasta que muere. El Estado y la Familia nos dice lo que es bueno y lo que es malo.
¿Qué ocurre con los adolescentes cubanos, están protegidos también?
El reto en Cuba es grande porque se trata de la generación que nació en el Periodo Especial (crisis de los 90), a ellos les tocó la época dura. Es necesario priorizarlos a nivel de salud, porque aún no logramos reducir el embarazo adolescente en Cuba, a pesar de tener preservativos e información.
¿Qué niveles de prostitución y suicidio hay entre los adolescentes?
Hay niveles de prostitución menores que los de los países que detectamos como "situación grave". Ese es otro de los estereotipos criminalizando la situación cubana radicalmente injusto. El número no es especialmente alto.
No puedo dar las cifras pero las conocemos porque estamos trabajando junto con el Ministerio del Interior en centros de educación integral para menores.
Respecto al suicidio no tengo información pero te puedo asegurar que el nivel de suicidio juvenil ha crecido en todo el mundo, pero es un problema mayor en los países desarrollados.
¿Cuáles serían los retos en el futuro?
En base a la capacidad técnica del país se podría avanzar mucho en la calidad a todos los niveles, en la educación, en la sanidad, calidad de vida, calidad de disfrute de todos los derechos. Lo que ya se ha conseguido hay que mejorarlo y consolidarlo.
O texto "UNICEF: Cuba, sin desnutrición infantil" foi originalmente publicado no site BBC MUNDO: http://www.bbc.co.uk/mundo/cultura_sociedad/2010/01/100126_1823_unicef_cuba_gz.shtml
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A UJC fazendo trabalho de base na UFSM
UJC SANTA MARIA
Nesta última quarta-feira (7) ocorreu a reeleição da chapa composta pela UJC e indepentes para o Diretório Acadêmico da Economia (DAECO), a gestão de 2011 se notabilizou pelo ótimo trabalho realizado junto ao curso, tendo atingido seu ápice na Semana Acadêmica, que contou com muitos palestrantes das mais diversas orientações político-ideológicas, com isso a gestão garantiu a pluralidade no debate acadêmico do curso. O sucesso da gestão 2011 foi reconhecido com sua reeleição. A UJC também está presente em outros dois diretórios acadêmicos da UFSM, sendo eles, Filosofia (DAFIL) e Ciências Sociais e Sociologia (DACSS), sendo que nestes compõe com outras forças políticas.
Além da participação nos Diretórios Acadêmicos a UJC realizou neste semestre o segundo módulo do Grupo de Estudos Sobre o Marxismo, que se propõe a discutir a teoria marxista desde seus princípios mais elementares até o maior aprofundamento. A UJC também esteve presente na Ocupação da Reitoria da UFSM, que ocorreu em setembro e no I SENUP, Seminário Nacional de Universidade Popular, onde buscou aprofundar o debate sobre Universidade Popular, juntamente com o restante da UJC do país e com outras forças que compunham o SENUP.
Para o próximo período, a UJC tem como principal tarefa organizar o debate sobre Univerdade Popular na UFSM. Esperamos contar para isso com a ajuda de todas as forças políticas e independentes que buscam um novo projeto de Universidade que seja emancipadora e que auxilie na luta pelo socialismo, enquanto projeto de sociedade.
Nesta última quarta-feira (7) ocorreu a reeleição da chapa composta pela UJC e indepentes para o Diretório Acadêmico da Economia (DAECO), a gestão de 2011 se notabilizou pelo ótimo trabalho realizado junto ao curso, tendo atingido seu ápice na Semana Acadêmica, que contou com muitos palestrantes das mais diversas orientações político-ideológicas, com isso a gestão garantiu a pluralidade no debate acadêmico do curso. O sucesso da gestão 2011 foi reconhecido com sua reeleição. A UJC também está presente em outros dois diretórios acadêmicos da UFSM, sendo eles, Filosofia (DAFIL) e Ciências Sociais e Sociologia (DACSS), sendo que nestes compõe com outras forças políticas.
Além da participação nos Diretórios Acadêmicos a UJC realizou neste semestre o segundo módulo do Grupo de Estudos Sobre o Marxismo, que se propõe a discutir a teoria marxista desde seus princípios mais elementares até o maior aprofundamento. A UJC também esteve presente na Ocupação da Reitoria da UFSM, que ocorreu em setembro e no I SENUP, Seminário Nacional de Universidade Popular, onde buscou aprofundar o debate sobre Universidade Popular, juntamente com o restante da UJC do país e com outras forças que compunham o SENUP.
Para o próximo período, a UJC tem como principal tarefa organizar o debate sobre Univerdade Popular na UFSM. Esperamos contar para isso com a ajuda de todas as forças políticas e independentes que buscam um novo projeto de Universidade que seja emancipadora e que auxilie na luta pelo socialismo, enquanto projeto de sociedade.
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
RS: projeto quer mudar nome de avenida que homenageia ditador
DO SITE TERRA - NOTÍCIAS
Projeto de Lei proposto pelos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, ambos do Psol, pretende alterar o nome de uma das avenidas mais conhecidas de Porto Alegre (RS). Intitulada de Castelo Branco, em homenagem ao militar empossado presidente do Brasil em 1964, a via poderá se chamar Legalidade, em alusão ao movimento ocorrido no Rio Grande do Sul em 1961. Ruas defendeu a troca nesta quarta-feira argumentando que a ditadura foi um período "nefasto" da história do País, e que não merece homenagens.
"A ditadura é um período nefasto, muito ruim para a história brasileira, que nos envergonha. Por outro lado, tivemos um movimento muito importante para o Rio Grande do Sul, e que não tem nenhuma homenagem", afirmou o vereador.
Em agosto, foi comemorado os 50 anos de Legalidade, movimento que teve início com a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, e se caracterizou pela forte atuação a favor da posse do vice-presidente, João Goulart, em uma tentativa de barrar o golpe militar.
Ruas disse que, pela quantidade de propostas que tramitam na Câmara, o Projeto de Lei deve ser votado só na próxima quarta-feira. Ele espera que a população acompanhe a votação e acredita na vitória. "Nós vamos ganhar. Temos que tirar essa homenagem ao ditador (...) e colocar uma homenagem a um evento cívico e sério que é a Legalidade."
O texto "RS: projeto quer mudar nome de avenida que homenageia ditador" foi publicado no site Terra: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5507476-EI7896,00-RS+projeto+quer+mudar+nome+de+avenida+que+homenageia+ditador.html
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Santa Maria: "O Método em Marx" - o próximo semestre do Grupo de Estudos sobre o Marxismo
GRUPO DE ESTUDOS SOBRE O MARXISMO - SANTA MARIA
No dia 03/12/2011 (sábado) realizou-se o último encontro do Grupo de Estudos sobre o Marxismo. No próximo semestre o tema abordado será "O Método em Marx" o cronograma de textos será divulgado (com possibilidades de alterações) no primeiro encontro após o recesso acadêmico. No início do semestre estaremos divulgando a data e local desse primeiro encontro, aguardem!!
Para saber mais e se agendar para o próximo semestre acessa o blog do
Grupo de Estudos sobre o Marxismo:
Avançar na luta contra o capitalismo e construir a Revolução Socialista no Brasil!
DECLARAÇÃO POLÍTICA DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO
Conferência Política Nacional – Rio de Janeiro, 12 e 13 de novembro 2011
Os comunistas do PCB, reunidos na Conferência Política Nacional, realizada no Rio de Janeiro, nos dias 11 e 12 de novembro de 2011, avaliam que a crise sistêmica do capitalismo é profunda e devastadora. Esta crise revela não apenas os efeitos nefastos das políticas econômicas neoliberais vigentes nas últimas décadas em todo o mundo – deixando um rastro de desemprego, perda de direitos sociais e desesperança para a imensa maioria dos trabalhadores – mas a própria natureza do sistema – excludente, concentradora de renda e riqueza, destruidora do planeta, geradora de guerras e promotora do incentivo à exploração do Homem pelo Homem. Mais uma vez, abre-se o horizonte para a única alternativa capaz de garantir a sobrevivência da humanidade e do planeta: o socialismo, na perspectiva do comunismo.
A crise sistêmica do capitalismo confirma as tendências de centralização do capital no plano mundial. Com um número cada vez menor de grandes grupos conglomerados dominando a maior parte da economia internacional, a burguesia busca sair da crise com o recrudescimento da exploração dos trabalhadores. A fim de manter seus lucros, os capitalistas aprofundam a precarização das condições de trabalho e reduzem os salários, ao mesmo tempo em que se verifica um processo crescente de proletarização dos trabalhadores assalariados das camadas médias e do campesinato, pois a ação do capital dirige-se para a formação de novos e amplos contingentes de trabalhadores “livres” para vender barato e de forma precária a sua força de trabalho.
No plano político, governos seguem dando suporte ao grande aparato empresarial e suas demandas, com a transferência de gigantescos recursos financeiros do setor público para “salvar” bancos e indústrias ameaçadas e a promoção de cortes orçamentários nas áreas sociais, demissões de funcionários públicos e a retirada de direitos dos trabalhadores em geral, demonstrando enorme desprezo às crescentes manifestações de oposição e de contestação que vêm ocorrendo por toda parte.
A crise econômica e as diversas manifestações e mobilizações dos trabalhadores levam os governos burgueses de vários países ao limite de sua viabilidade de sustentação, como nos casos da Grécia, da Itália, Portugal, Espanha e outros, cujas políticas de arrocho e cortes orçamentários encontram cada vez maior resistência da parte das populações espoliadas, como no caso dos Estados Unidos.
A própria União Européia vem perdendo substância política e econômica, com o enfraquecimento da zona do Euro. A União Européia vem enfrentando disputas políticas internas e há uma perspectiva real de fragmentação da zona do Euro, o que, somado ao processo de pauperização da periferia européia, enfraquece e ameaça o projeto original burguês da Unificação Européia, cuja legitimidade de representação está em crise.
O imperialismo segue ameaçando a continuidade da existência da humanidade. Depois de ocuparem o Iraque e o Afeganistão, os Estados Unidos e a OTAN invadiram covardemente a Líbia e agora ameaçam a Síria, o Líbano e o Irã, ao passo que Israel segue matando, prendendo e expulsando palestinos de suas terras.
A instalação de mais bases militares na Colômbia e o apoio aberto ao governo terrorista de Santos, a presença ostensiva da CIA no Paraguai e em outros países da América Latina, a reativação da IV Frota, o golpe em Honduras e outras ações evidenciam a investida dos EUA na América Latina, visando garantir a perpetuação de seus interesses, no contraponto às experiências de caráter democrático-popular e anti-imperialista dos movimentos e governos na Venezuela, Bolívia, Equador, assim como à continuidade da revolução socialista em Cuba.
Entre as muitas formas de contraposição e manifestação popular contra os efeitos nefastos da crise econômica e do próprio sistema capitalista, espalham-se pelo mundo os protestos dos chamados movimentos dos indignados, que se apresentam com diferentes conformações e bases sociais nos diversos países onde vêm surgindo. Este é, sem dúvida, um bom sinal do potencial de resistência dos trabalhadores à exploração, mas é preocupante a ausência, na maioria dos casos, de uma direção consequente e de representações sindicais e partidárias no sentido da organização dos trabalhadores e da luta radical pela ruptura com o capitalismo e o poder burguês.
O capitalismo brasileiro, vivendo a fase monopolista e plenamente associado aos capitais mundiais e ao imperialismo, mesmo que de forma subordinada, consolida seu processo de integração internacional, com a expansão de grandes empresas multinacionais de matriz brasileira, principalmente na América Latina. Por isso mesmo e em virtude das políticas governamentais de proteção ao capital e ao mercado nacionais, os efeitos da crise mundial até agora não foram sentidos de forma impactante. Mas é fato que o Brasil não está imune a ela, nem mesmo no curto prazo, conforme indica o aumento da carestia e do arrocho salarial para os trabalhadores de muitos setores da economia, o crescimento recente do desemprego nos setores metalúrgico e têxtil, havendo ainda previsão de freio na produção industrial e de novas demissões futuras.
Ainda que tenha ocorrido, na última década, certo crescimento da economia – inferior aos padrões das décadas de 1950 e 70 –, apresenta-se no Brasil um quadro de alarmante desigualdade social, grande concentração de renda e de propriedade, de exclusão da maioria da população dos direitos sociais. Na área econômica, a presidente Dilma mantém o favorecimento aos bancos e às grandes empresas, não tendo sido operada, desde o início do governo Lula, qualquer reversão das privatizações e das práticas de flexibilização dos direitos trabalhistas e sociais realizadas nos governos FHC.
Muito pelo contrário, verifica-se o aprofundamento da mercantilização da saúde, com a terceirização dos serviços, em vários estados, em favor das Organizações Sociais (OS) e outras formas de privatização, transformando o direito à saúde pública, historicamente conquistado, em mera mercadoria. De igual forma, ocorre progressivamente o desmonte da previdência pública e de inúmeros direitos sociais, como o acesso à Educação, cada vez mais restrito em função do sucateamento da escola pública.
Todo este quadro demonstra a opção feita pelo governo Dilma, de prosseguir na tentativa de transformar o Brasil numa potência capitalista e mesmo imperialista, para o que as ações governistas voltam-se a facilitar a expansão do capital financeiro e industrial monopolista interna e externamente, ao passo que, para os trabalhadores e camadas populares, além das políticas compensatórias para os mais pobres, reserva-se apenas a perspectiva de maior acesso ao mercado de bens de consumo com o prometido crescimento econômico do país, sem que seja minimamente alterada a estrutura desigual e concentradora da sociedade brasileira.
Vivemos sob a hegemonia acachapante dos valores burgueses, uma hegemonia que se sustenta – para além da enorme pressão da grande mídia capitalista – pela base material criada com a relativa expansão na oferta de empregos extremamente precarizados e pelo incentivo ao consumo via facilitação do crédito, mesmo para as camadas de baixa renda, uma hegemonia que induz à acomodação, desestimulando a luta e dificultando a organização dos trabalhadores.
Entre muitos outros mecanismos, como a ação da grande mídia, esta hegemonia conservadora é respaldada por forças políticas reformistas que dão sustentação ao governo, inclusive através de organizações sindicais e sociais cooptadas e degeneradas. Muitas ONGs e movimentos que se apresentam como “apartidários”, dedicados a lutas parciais e específicas, são também reprodutores desta hegemonia, contribuindo para a elevação do grau de alienação das massas e dificultando a eclosão de movimentos populares claramente anticapitalistas e com disposição para caminhar no rumo da alternativa socialista.
Em que pese o quadro político desfavorável, os trabalhadores brasileiros resistem à exploração de diversas formas. Neste ano eclodiram em todo o país greves e manifestações populares, com destaque para a paralisação dos operários nos canteiros das obras do PAC, a luta dos bombeiros no Rio, dos professores em oito estados, metalúrgicos, bancários, trabalhadores dos correios, profissionais da saúde e outras áreas.
Além disso, ressurgem com força vários movimentos de caráter comunitário e de lutas gerais em defesa da terra, moradia, do meio ambiente e outras. Tais ações evidenciam certa retomada do sindicalismo e dos movimentos populares, que reassumem gradativamente papel de destaque no cenário político nacional.
Reunido em sua Conferência Política Nacional, o Partido Comunista Brasileiro, em seu processo de reconstrução revolucionária e à luz do entendimento do caráter socialista da Revolução brasileira, defende que somente a unidade das forças revolucionárias, a organização e o aprofundamento da consciência de classe dos trabalhadores farão avançar a luta anticapitalista e a construção da alternativa socialista no Brasil. Uma frente de esquerda não pode ser apenas uma coligação eleitoral. Tem que ser uma frente política permanente, forjada na unidade de ação, no movimento sindical, nas lutas populares e na solidariedade internacional, voltada ao combate ativo às ações da burguesia e do imperialismo.
É preciso avançar na organização da luta sindical – com a recomposição do campo original da Intersindical e sua ampliação –, dos trabalhadores da cidade e do campo, das lutas da juventude, das mulheres, das camadas populares, da solidariedade internacionalista. Reafirmamos a proposta de formação de uma Frente Anticapitalista e Anti-imperialista e a constituição, nas experiências cotidianas das lutas dos trabalhadores e das forças populares, do Poder Popular, buscando forjar, desde agora, o caminho da Revolução Socialista no Brasil.
A crise sistêmica do capitalismo confirma as tendências de centralização do capital no plano mundial. Com um número cada vez menor de grandes grupos conglomerados dominando a maior parte da economia internacional, a burguesia busca sair da crise com o recrudescimento da exploração dos trabalhadores. A fim de manter seus lucros, os capitalistas aprofundam a precarização das condições de trabalho e reduzem os salários, ao mesmo tempo em que se verifica um processo crescente de proletarização dos trabalhadores assalariados das camadas médias e do campesinato, pois a ação do capital dirige-se para a formação de novos e amplos contingentes de trabalhadores “livres” para vender barato e de forma precária a sua força de trabalho.
No plano político, governos seguem dando suporte ao grande aparato empresarial e suas demandas, com a transferência de gigantescos recursos financeiros do setor público para “salvar” bancos e indústrias ameaçadas e a promoção de cortes orçamentários nas áreas sociais, demissões de funcionários públicos e a retirada de direitos dos trabalhadores em geral, demonstrando enorme desprezo às crescentes manifestações de oposição e de contestação que vêm ocorrendo por toda parte.
A crise econômica e as diversas manifestações e mobilizações dos trabalhadores levam os governos burgueses de vários países ao limite de sua viabilidade de sustentação, como nos casos da Grécia, da Itália, Portugal, Espanha e outros, cujas políticas de arrocho e cortes orçamentários encontram cada vez maior resistência da parte das populações espoliadas, como no caso dos Estados Unidos.
A própria União Européia vem perdendo substância política e econômica, com o enfraquecimento da zona do Euro. A União Européia vem enfrentando disputas políticas internas e há uma perspectiva real de fragmentação da zona do Euro, o que, somado ao processo de pauperização da periferia européia, enfraquece e ameaça o projeto original burguês da Unificação Européia, cuja legitimidade de representação está em crise.
O imperialismo segue ameaçando a continuidade da existência da humanidade. Depois de ocuparem o Iraque e o Afeganistão, os Estados Unidos e a OTAN invadiram covardemente a Líbia e agora ameaçam a Síria, o Líbano e o Irã, ao passo que Israel segue matando, prendendo e expulsando palestinos de suas terras.
A instalação de mais bases militares na Colômbia e o apoio aberto ao governo terrorista de Santos, a presença ostensiva da CIA no Paraguai e em outros países da América Latina, a reativação da IV Frota, o golpe em Honduras e outras ações evidenciam a investida dos EUA na América Latina, visando garantir a perpetuação de seus interesses, no contraponto às experiências de caráter democrático-popular e anti-imperialista dos movimentos e governos na Venezuela, Bolívia, Equador, assim como à continuidade da revolução socialista em Cuba.
Entre as muitas formas de contraposição e manifestação popular contra os efeitos nefastos da crise econômica e do próprio sistema capitalista, espalham-se pelo mundo os protestos dos chamados movimentos dos indignados, que se apresentam com diferentes conformações e bases sociais nos diversos países onde vêm surgindo. Este é, sem dúvida, um bom sinal do potencial de resistência dos trabalhadores à exploração, mas é preocupante a ausência, na maioria dos casos, de uma direção consequente e de representações sindicais e partidárias no sentido da organização dos trabalhadores e da luta radical pela ruptura com o capitalismo e o poder burguês.
O capitalismo brasileiro, vivendo a fase monopolista e plenamente associado aos capitais mundiais e ao imperialismo, mesmo que de forma subordinada, consolida seu processo de integração internacional, com a expansão de grandes empresas multinacionais de matriz brasileira, principalmente na América Latina. Por isso mesmo e em virtude das políticas governamentais de proteção ao capital e ao mercado nacionais, os efeitos da crise mundial até agora não foram sentidos de forma impactante. Mas é fato que o Brasil não está imune a ela, nem mesmo no curto prazo, conforme indica o aumento da carestia e do arrocho salarial para os trabalhadores de muitos setores da economia, o crescimento recente do desemprego nos setores metalúrgico e têxtil, havendo ainda previsão de freio na produção industrial e de novas demissões futuras.
Ainda que tenha ocorrido, na última década, certo crescimento da economia – inferior aos padrões das décadas de 1950 e 70 –, apresenta-se no Brasil um quadro de alarmante desigualdade social, grande concentração de renda e de propriedade, de exclusão da maioria da população dos direitos sociais. Na área econômica, a presidente Dilma mantém o favorecimento aos bancos e às grandes empresas, não tendo sido operada, desde o início do governo Lula, qualquer reversão das privatizações e das práticas de flexibilização dos direitos trabalhistas e sociais realizadas nos governos FHC.
Muito pelo contrário, verifica-se o aprofundamento da mercantilização da saúde, com a terceirização dos serviços, em vários estados, em favor das Organizações Sociais (OS) e outras formas de privatização, transformando o direito à saúde pública, historicamente conquistado, em mera mercadoria. De igual forma, ocorre progressivamente o desmonte da previdência pública e de inúmeros direitos sociais, como o acesso à Educação, cada vez mais restrito em função do sucateamento da escola pública.
Todo este quadro demonstra a opção feita pelo governo Dilma, de prosseguir na tentativa de transformar o Brasil numa potência capitalista e mesmo imperialista, para o que as ações governistas voltam-se a facilitar a expansão do capital financeiro e industrial monopolista interna e externamente, ao passo que, para os trabalhadores e camadas populares, além das políticas compensatórias para os mais pobres, reserva-se apenas a perspectiva de maior acesso ao mercado de bens de consumo com o prometido crescimento econômico do país, sem que seja minimamente alterada a estrutura desigual e concentradora da sociedade brasileira.
Vivemos sob a hegemonia acachapante dos valores burgueses, uma hegemonia que se sustenta – para além da enorme pressão da grande mídia capitalista – pela base material criada com a relativa expansão na oferta de empregos extremamente precarizados e pelo incentivo ao consumo via facilitação do crédito, mesmo para as camadas de baixa renda, uma hegemonia que induz à acomodação, desestimulando a luta e dificultando a organização dos trabalhadores.
Entre muitos outros mecanismos, como a ação da grande mídia, esta hegemonia conservadora é respaldada por forças políticas reformistas que dão sustentação ao governo, inclusive através de organizações sindicais e sociais cooptadas e degeneradas. Muitas ONGs e movimentos que se apresentam como “apartidários”, dedicados a lutas parciais e específicas, são também reprodutores desta hegemonia, contribuindo para a elevação do grau de alienação das massas e dificultando a eclosão de movimentos populares claramente anticapitalistas e com disposição para caminhar no rumo da alternativa socialista.
Em que pese o quadro político desfavorável, os trabalhadores brasileiros resistem à exploração de diversas formas. Neste ano eclodiram em todo o país greves e manifestações populares, com destaque para a paralisação dos operários nos canteiros das obras do PAC, a luta dos bombeiros no Rio, dos professores em oito estados, metalúrgicos, bancários, trabalhadores dos correios, profissionais da saúde e outras áreas.
Além disso, ressurgem com força vários movimentos de caráter comunitário e de lutas gerais em defesa da terra, moradia, do meio ambiente e outras. Tais ações evidenciam certa retomada do sindicalismo e dos movimentos populares, que reassumem gradativamente papel de destaque no cenário político nacional.
Reunido em sua Conferência Política Nacional, o Partido Comunista Brasileiro, em seu processo de reconstrução revolucionária e à luz do entendimento do caráter socialista da Revolução brasileira, defende que somente a unidade das forças revolucionárias, a organização e o aprofundamento da consciência de classe dos trabalhadores farão avançar a luta anticapitalista e a construção da alternativa socialista no Brasil. Uma frente de esquerda não pode ser apenas uma coligação eleitoral. Tem que ser uma frente política permanente, forjada na unidade de ação, no movimento sindical, nas lutas populares e na solidariedade internacional, voltada ao combate ativo às ações da burguesia e do imperialismo.
É preciso avançar na organização da luta sindical – com a recomposição do campo original da Intersindical e sua ampliação –, dos trabalhadores da cidade e do campo, das lutas da juventude, das mulheres, das camadas populares, da solidariedade internacionalista. Reafirmamos a proposta de formação de uma Frente Anticapitalista e Anti-imperialista e a constituição, nas experiências cotidianas das lutas dos trabalhadores e das forças populares, do Poder Popular, buscando forjar, desde agora, o caminho da Revolução Socialista no Brasil.
Conferência Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro
Novembro de 2011
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Wikileaks tira máscara da mídia brasileira e comprova: estão à serviço dos EUA
Aconteceu o que já era de conhecimento dos menos desavisados. A grande imprensa brasileira foi finalmente desnudada, com tudo comprovado em documentos oficiais e sigilosos. Quem ainda tinha motivos para outorgar credibilidade à estes veículos e seus jornalistas, não tem mais.
Novos documentos vazados pela organização WikiLeaks trazem à tona detalhes e provas da estreita relação do USA com o monopólio dos meios de comunicação no Brasil semicolonial.
Um despacho diplomático de 2005, por exemplo, assinado pelo então cônsul de São Paulo, Patrick Dennis Duddy, narra o encontro em Porto Alegre do então embaixador John Danilovich com representantes do grupo RBS, descrito como "o maior grupo regional de comunicação da América Latina", ligado às organizações Globo.
O encontro é descrito como "um almoço 'off the record' [cujo teor da conversa não pode ser divulgado], e uma nota complementar do despacho diz: "Nós temos tradicionalmente tido acesso e relações excelentes com o grupo".
Outro despacho diplomático datado de 2005 descreve um encontro entre Danilovich e Abraham Goldstein, líder judeu de São Paulo, no qual a conversa girou em torno de uma campanha de imprensa pró-sionista no monopólio da imprensa no Brasil que antecedesse a Cúpula América do Sul-Países Árabes daquele ano, no que o jornalão O Estado de S.Paulo se prontificou a ajudar, prometendo uma cobertura "positiva" para Israel.
Os documentos revelados pelo WikiLeaks mostram ainda que nomes proeminentes do monopólio da imprensa são sistematicamente convocados por diplomatas ianques para lhes passar informações sobre a política partidária e o cenário econômico da semicolônia ou para ouvir recomendações.
Um deles é o jornalista William Waack, apresentador de telejornais e de programas de entrevistas das Organizações Globo. Os despachos diplomáticos enviados a Washington pelas representações consulares ianques no Brasil citam três encontros de Waack com emissários da administração do USA. O primeiro deles foi em abril de 2008 (junto com outros jornalistas) com o almirante Philip Cullom, que estava no Brasil para acompanhar exercícios conjuntos entre as marinhas do USA, do Brasil e da Argentina.
O segundo encontro aconteceu em 2009, quando Waack foi chamado para dar informações sobre as conformações das facções partidárias visando o processo eleitoral de 2010. O terceiro foi em 2010, com o atual embaixador ianque, Thomas Shannon, quando o jornalista novamente abasteceu os ianques com informações detalhadas sobre os então candidatos a gerente da semicolônia Brasil.
Outro nome proeminente muito requisitado pelos ianques é do jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, d'A Folha de S.Paulo. Os documentos revelados pelo WikiLeaks dão conta de quatro participações do jornalista (ou "ex-jornalista e consultor político", como é descrito) em reuniões de brasileiros com representantes da administração ianque: um membro do Departamento de Estado, um senador, o cônsul-geral no Brasil e um secretário para assuntos do hemisfério ocidental. Na pauta, o repasse de informações sobre os partidos eleitoreiros no Brasil e sobre a exploração de petróleo na camada pré-sal.
Fernando Rodrigues, repórter especial de política da Folha de S.Paulo, chegou a dar explicações aos ianques sobre o funcionamento do Tribunal de Contas da União.
Outro assunto que veio à tona com documentos revelados pelo WikiLeaks são os interesses do imperialismo ianque no estado brasileiro do Piauí.
Um documento datado de 2 de fevereiro de 2010 mostra que representantes do USA participaram de uma conferência organizada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), na capital Teresina, a fim de requisitar a implementação de obras de infra-estrutura que poderiam favorecer a exploração pelos monopólios ianques das imensas riquezas em matérias-primas do segundo estado mais pobre do Nordeste.
A representante do WikiLeaks no Brasil, a jornalista Natália Viana, adiantou que a organização divulgará em breve milhares de documentos inéditos da diplomacia ianque sobre o Brasil produzidos durante o gerenciamento Lula, incluindo alguns que desnudam a estreita relação do USA com o treinamento do aparato repressivo do velho Estado brasileiro. A ver.
Novos documentos vazados pela organização WikiLeaks trazem à tona detalhes e provas da estreita relação do USA com o monopólio dos meios de comunicação no Brasil semicolonial.
Um despacho diplomático de 2005, por exemplo, assinado pelo então cônsul de São Paulo, Patrick Dennis Duddy, narra o encontro em Porto Alegre do então embaixador John Danilovich com representantes do grupo RBS, descrito como "o maior grupo regional de comunicação da América Latina", ligado às organizações Globo.
O encontro é descrito como "um almoço 'off the record' [cujo teor da conversa não pode ser divulgado], e uma nota complementar do despacho diz: "Nós temos tradicionalmente tido acesso e relações excelentes com o grupo".
Outro despacho diplomático datado de 2005 descreve um encontro entre Danilovich e Abraham Goldstein, líder judeu de São Paulo, no qual a conversa girou em torno de uma campanha de imprensa pró-sionista no monopólio da imprensa no Brasil que antecedesse a Cúpula América do Sul-Países Árabes daquele ano, no que o jornalão O Estado de S.Paulo se prontificou a ajudar, prometendo uma cobertura "positiva" para Israel.
Os documentos revelados pelo WikiLeaks mostram ainda que nomes proeminentes do monopólio da imprensa são sistematicamente convocados por diplomatas ianques para lhes passar informações sobre a política partidária e o cenário econômico da semicolônia ou para ouvir recomendações.
William Waack, da Globo, aparece nos documentos secretos |
O segundo encontro aconteceu em 2009, quando Waack foi chamado para dar informações sobre as conformações das facções partidárias visando o processo eleitoral de 2010. O terceiro foi em 2010, com o atual embaixador ianque, Thomas Shannon, quando o jornalista novamente abasteceu os ianques com informações detalhadas sobre os então candidatos a gerente da semicolônia Brasil.
Outro nome proeminente muito requisitado pelos ianques é do jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, d'A Folha de S.Paulo. Os documentos revelados pelo WikiLeaks dão conta de quatro participações do jornalista (ou "ex-jornalista e consultor político", como é descrito) em reuniões de brasileiros com representantes da administração ianque: um membro do Departamento de Estado, um senador, o cônsul-geral no Brasil e um secretário para assuntos do hemisfério ocidental. Na pauta, o repasse de informações sobre os partidos eleitoreiros no Brasil e sobre a exploração de petróleo na camada pré-sal.
Cai também a máscara de Fernando Rodrigues, da Folha |
Outro assunto que veio à tona com documentos revelados pelo WikiLeaks são os interesses do imperialismo ianque no estado brasileiro do Piauí.
Um documento datado de 2 de fevereiro de 2010 mostra que representantes do USA participaram de uma conferência organizada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), na capital Teresina, a fim de requisitar a implementação de obras de infra-estrutura que poderiam favorecer a exploração pelos monopólios ianques das imensas riquezas em matérias-primas do segundo estado mais pobre do Nordeste.
A representante do WikiLeaks no Brasil, a jornalista Natália Viana, adiantou que a organização divulgará em breve milhares de documentos inéditos da diplomacia ianque sobre o Brasil produzidos durante o gerenciamento Lula, incluindo alguns que desnudam a estreita relação do USA com o treinamento do aparato repressivo do velho Estado brasileiro. A ver.
O texto "Wikileaks tira máscara da mídia brasileira e comprova: estão à serviço dos EUA" foi publicado no site Pragmatismo Político: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/08/wikileaks-tira-mascara-da-midia.html
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
DECLARAÇÃO PÚBLICA DAS FARC-EP
SECRETARIADO DO ESTADO MAIOR CENTRAL DAS
FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA - EXÉRCITO DO POVO
Nas FARC-EP lamentamos profundamente o trágico desenlace do demencial intento de resgate ordenado pelo governo colombiano o dia 26 de novembro no Departamento do Caquetá. Ao mesmo tempo, que estendemos nosso sentimento de pesar para as famílias do Sargento Libio José Martínez, Coronel Edgar Yezid Duarte, o Major Elkin Hernández e o intendente Álvaro Moreno, denunciamos, também, ante a opinião nacional e mundial que tal feito obedeceu ao prepotente e desumano afão do Presidente Santos e do alto mando militar de impedir sua iminente liberação unilateral. Para eles a morte esta primeiro que a vida!
A Senadora Piedad Córdoba e o importante grupo de personalidades femininas de todo o mundo que nos solicitara uma entrega unilateral em carta que recebemos em agosto de 2011, podem dar fé de nossa resposta positiva, em carta que já havia sido aprovada pelo Secretariado, em vida do Camarada Alfonso Cano e que anexamos a esta. O cuidado necessário exigido aos contatos encarregados de ajudar na entrega, foi acompanhado da ordem do traslado dos prisioneiros de guerra ate o possível lugar que em seu momento se indiciaria. A carta estava a ponto de ser entregue.
A morte em combate do Camarada Alfonso Cano não podia frustrar nosso proposito de chegar a um acordo de troca de prisioneiros de guerra, tal e como ele o concebia. Correios nesse sentido repousavam nos arquivos tomados pelo exercito nessa operação. Mais que evidente como o governo e o alto mando militar, com base nessa informação buscaram frustrar a gestão humanitária e seus possíveis efeitos. O mundo conheceu os resultados. Para ocultar a felonia de Juan Manuel Santos foi montada uma mega operação desinformadora contra nós. Em nosso país, a mentira oficial há muito tempo foi convertida em politica de Estado.
Catorze anos não foram suficientes para que a oligarquia colombiana se preocupara, ao menos um instante, pela sorte de soldados e policiais que entregam sua vida, sua integridade ou sua liberdade por defender-lhes suas imensas riquezas. Perto de oitocentos guerrilheiros e mais de sete mil e quinhentos lutadores sociais, são sometidos a infames tratos nos cárceres do regime e do Império.
Dialogar sobre um acordo que permita a troca de prisioneiros e abra as comportas para a paz é uma necessidades histórica para Colômbia.
Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
Montanhas da Colômbia, 28 de novembro de 2011
CARTA ABERTA
Piedad Córdoba, Colombianas e colombianos pela paz, Lucía Topolanski Senadora de Uruguay, Jody Williams Premio Nobel de Paz 1997, Elena Poniatowska Amor Escritora mexicana, Alice Williams Escritora afroamericana e feminista. Premio Pulitzer a obra de ficão em 1983 pela novela A cor púrpura, Mirta Baravalle Presidenta das Madres da Praza de Maio, Isabel Allende Escritora e Senadora Chilena, Danielle Miterrand, França , Rigoberta Menchú Premio Nobel de Paz, Socorro Gómez Presidenta do Conselho Mundial pela Paz, Hermana Elsie Mongue, Ángela Jeira
Caras amigas, da paz e da solução politica dos conflitos: Em nome do Secretariado das FARC-EP, recebam nossa cordial saudação.
Confiantes em que a libertação de prisioneiros de guerra, como resultado de um acordo entre as partes contendentes, pode enveredar a nação pelo caminho da solução politica, respondemos hoje sua missiva do mês de agosto.
Concordamos com vocês no sentido de que o conflito armado colombiano tem profundas causas sociais, econômicas e politicas. Essas causas devem ser aceitas, discutidas e convertidas no inicio da superação definitiva do conflito. Compartimos igualmente que a paz da Colômbia está ligada a paz da região e que, ademais, é um anseio universal. Não permitiremos que se nos escape essa oportunidade para reiterar através de vocês, nossa disposição de dialogar com o Estado, de cara ao pais, com miras a um futuro de paz. Desde logo, aceitamos a disposição e apoio de vocês para contribuir na busca desse nobre proposito.
Nos solicitam na sua carta um novo gesto de libertação unilateral de prisioneiros de guerra. Tudo bem. Mas, gostaríamos de compartir algumas reflexões sobre esse tema:
Seria justo que apelando ao exercício da ração, do direito e a ética no tratamento do problema, não se invisibilizara os guerrilheiros presos. São ao redor de 800. A dor não é somente dos familiares dos prisioneiros em poder nosso. O humanitarismo deve olhar sempre com seus dois olhos.
Durante o governo de Ernesto Samper liberamos unilateralmente, em Cartagena do Chairá, 80 prisioneiros de guerra. No quatriênio de Andrés Pastrana, logo da assinatura de um acordo humanitário, liberamos 47 militares e policiais, em troca de 13 guerrilheiros. Imediatamente, com a esperança de gerar um meio ambiente propicio para consolidar o mecanismo da troca, deixamos em liberdade em La Macarena e em Urabá, sem receber nada em troca, 305 soldados e policiais que tínhamos capturado em vários combates. Mais recentemente, durante o governo de Uribe, graças a gestão humanitária do presidente da Venezuela, Hugo Chavez, e da Senadora Piedad Córdoba. Liberamos, também, de maneira unilateral, alguns senadores, Deputados Federais e Vereadores e, mais um grupo de militares e policiais. O certo é que nunca houve reciprocidade por parte do governo da Colômbia. A disposição das FARC nesse sentido tem sido diáfana. Não admite discussão nem questionamentos. Continuamos esperando o memento propicio para pactar com o Estado colombiano uma troca de prisioneiros de guerra.
A realidade é dura. Quando no Meio Oriente o Estado sionista de Israel libera mais de 1.000 prisioneiros palestinos a cambio de um só de seus soldados, o governo da Colômbia tem virado as costas durante 13 anos aos seus. Aqui há uma indolência infinita com o sentimento dos familiares dos soldados prisioneiros, mas também, um despreço pela sorte de uns homens que pondo em risco sua vida, como ninguém, foram presos em combate defendendo os interesses de quem hoje os esquecem.
A logica indica que um acordo de paz na Colômbia deveria estar antecedido por uma troca de prisioneiros entre as partes contendentes porque, sem duvida, um evento desse tipo abriria a senda do entendimento e do fim da guerra, do conflito social e armado que se prolonga por seis décadas, devido a intransigência estéril dos governos. Se deve colocar ponto final a uma larga historia de violência institucional, de despojo violento, de paramilitarismo, desaparições forçadas, chacinas, “falsos positivos”, covas comuns, exclusão, imposições neoliberais e manipulação da opinião. Pedimos que todas as mulheres pacifistas do mundo representadas por vocês atuem e estendam suas mãos solidarias para o povo da Colômbia.
Lhes sugerimos que dirijam sua mirada sobre a situação de centenas de guerrilheiros presos e uns 7.500 cidadãos encarcerados pelas suas ideias, como resultado da criminalização da oposição política e a protesta social; a maioria deles acusados de terrorismo e de outros delitos que tratam de ocultar o caráter político de sua causa e sometidos a condições infra-humanas de reclusão, desrespeito de sua dignidade, violação de seus direitos humanos, superlotação nos carceres e, torturas; políticas acentuadas pela ingerência do buro federal de prisões dos Estados Unidos. Lhes pedimos analisar a possibilidade de se constituir em Comissão, ou gestionar a conformação de uma Comissão Humanitária que visite os cárceres da Colômbia e constate a veracidade da denuncia. Intercedemos, igualmente, pelos presos sociais, pelos que quase ninguém fala, para protestar pelas condições degradantes de sua reclusão.
Lhes solicitamos considerar, como assunto crucial para aclimatar a convivência, o estudo de fórmulas que permitam a repatriação e liberação de Simón Trinidad, Sonia e Iván Vargas, guerrilheiros das FARC prisioneiros do Império, extraditados aos Estados Unidos pelo rancor e a retaliação de um ex-presidente desquiciado. Sua extradição, sustentada em montagens jurídicas urdidos por Uribe Vélez, a inteligencia militar e o ex Fiscal Osorio, foi uma flagrante violação de claras disposições constitucionais. Simón Trinidad tem sido condenado a 60 anos de prisão por uma causa alheia aquela pela qual foi extraditado. Nossa voz de alento para esses três rebeldes farianos, que padecem um infame e prolongado cativeiro neocolonial.
Nos permitimos reiterar-lhes, distinguidas cidadãs do mundo, nossa mensagem de irrenunciável decisão de continuar e elevar a novos níveis a luta pela liberdade dos prisioneiros de guerra e dos presos políticos.
Como um novo ato humanitário que respalda a presente carta, anunciamos a liberação de 6 prisioneiros dos que permanecem em nosso poder, os quais serão entregues as firmantes da missiva que hoje respondemos, encabeçadas pela insigne dirigente política colombiana, Senadora Piedad Córdoba previa precisão dos protocolos de segurança. Esta foi a determinação do Comandante Alfonso Cano dias antes de tombar em combate.
Viva a memoria do Comandante Alfonso Cano!
Com sentimentos de respeito e admiração.
Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
Montanhas da Colômbia, novembro de 2011.
Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Contra as ameaças imperialistas à Síria
NOTA POLÍTICA DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO
Estamos assistindo ao auge do cinismo do imperialismo nesta campanha pelo domínio do Oriente Médio. Comparemos o que está acontecendo em dois países.
No Egito, praticamente só há manifestações contra o governo militar: majoritárias, pacíficas, autênticas, espontâneas e constantes. Nenhuma manifestação a favor do governo.
O imperialismo faz vista grossa à violência estatal que, só nesta semana, assassinou mais de cinqüenta manifestantes e feriu milhares. A mídia e os líderes das grandes potências não falam em “ajuda humanitária”, “direitos humanos”, “sanções”, “ditadores”, “rebeldes”. Pedem o “bom senso” dos dois lados, como se o poder de fogo fosse igual. Depois da maior manifestação do povo egípcio, na última sexta-feira, o governo ianque pressiona os militares a entregarem o governo a civis, é claro que do mesmo campo político. Uma solução mediada por cima no Egito também dá legitimidade ao imperialismo para isolar e invadir a Síria.
Claro. O governo egípcio é aliado dos Estados Unidos e da OTAN. É o segundo país que mais recebe “ajuda militar” norte-americana, depois de Israel, de quem o Egito é grande aliado ajudando a sufocar os palestinos na sua fronteira com a Faixa de Gaza.
Na Síria, as maiores manifestações são em defesa do governo civil. Tendo começado exigindo mudanças econômicas, sociais e políticas, hoje elas têm como eixo central o repúdio à crescente ameaça de invasão militar imperialista. São milhões de pessoas, desfraldando a bandeira contra a intervenção estrangeira.
As manifestações contrárias ao governo, infinitamente inferiores às favoráveis, são manipuladas e superdimensionadas pela mídia. Mercenários super armados pela CIA, o M16 e o MOSSAD, com o apoio das oligarquias árabes, infiltram-se pelas fronteiras da Turquia e da Jordânia, que fazem o jogo do imperialismo. O confronto entre provocadores e franco atiradores e as forças militares e policiais fazem vítimas dos dois lados e acabam provocando vítimas civis. Este cenário é utilizado para justificar a intervenção militar no país.
Já sobre a Síria, os círculos imperialistas, mal disfarçando suas garras, já falam em “zona de exclusão”, “corredor humanitário”, “rebeldes”, “forças de paz”, “sanções”, enfim toda a cantilena preparatória das ocupações militares. Porta-aviões dos Estados Unidos já se encontram na costa síria; crescem as sanções para estrangular o país e os tradicionais apelos para que abandonem a Síria os estrangeiros das grandes potências que pretendem invadir o país.
Claro. A Síria é um dos maiores obstáculos aos intentos expansionistas do imperialismo e do sionismo. É um dos poucos países com que os palestinos têm podido contar. Tem localização estratégica para o projeto expansionista chamado Grande Israel e cria condições para agressão em seguida ao Irã e talvez o Líbano, para ajudar a completar a limpeza étnica que o sionismo leva a efeito na Palestina e a hegemonia imperialista em todo o Oriente Médio.
Na Líbia, o governo “rebelde”, aplaudido por uma certa esquerda pautada pela mídia, se ocupa agora de entregar o petróleo aos vencedores e transformar o país numa enorme base militar imperialista para dominar o continente africano.
Com que moral os Estados Unidos e a OTAN - que já mataram, torturaram e feriram nos últimos anos mais de um milhão de pessoas, a imensa maioria civis, em diversos países – pode falar em direitos humanos?
Com que moral a Arábia Saudita, os emirados e monarquias árabes, os regimes mais conservadores e autoritários do mundo, podem falar em democracia?
Por isso, o PCB não vacila. A luta de classes tem sempre lado. O nosso lado é o dos trabalhadores e daqueles que lutam contra o imperialismo.
Por isso, conclamamos o governo brasileiro a rever seu voto na ONU, de condenação à Síria, e aos trabalhadores brasileiros a se manifestar em solidariedade ao povo sírio.
Por isso, toda a nossa solidariedade à esmagadora maioria dos egípcios e sírios.
Rio, 28 de novembro de 2012
PCB - Partido Comunista Brasileiro
Comissão Política Nacional
Estamos assistindo ao auge do cinismo do imperialismo nesta campanha pelo domínio do Oriente Médio. Comparemos o que está acontecendo em dois países.
No Egito, praticamente só há manifestações contra o governo militar: majoritárias, pacíficas, autênticas, espontâneas e constantes. Nenhuma manifestação a favor do governo.
O imperialismo faz vista grossa à violência estatal que, só nesta semana, assassinou mais de cinqüenta manifestantes e feriu milhares. A mídia e os líderes das grandes potências não falam em “ajuda humanitária”, “direitos humanos”, “sanções”, “ditadores”, “rebeldes”. Pedem o “bom senso” dos dois lados, como se o poder de fogo fosse igual. Depois da maior manifestação do povo egípcio, na última sexta-feira, o governo ianque pressiona os militares a entregarem o governo a civis, é claro que do mesmo campo político. Uma solução mediada por cima no Egito também dá legitimidade ao imperialismo para isolar e invadir a Síria.
Claro. O governo egípcio é aliado dos Estados Unidos e da OTAN. É o segundo país que mais recebe “ajuda militar” norte-americana, depois de Israel, de quem o Egito é grande aliado ajudando a sufocar os palestinos na sua fronteira com a Faixa de Gaza.
Na Síria, as maiores manifestações são em defesa do governo civil. Tendo começado exigindo mudanças econômicas, sociais e políticas, hoje elas têm como eixo central o repúdio à crescente ameaça de invasão militar imperialista. São milhões de pessoas, desfraldando a bandeira contra a intervenção estrangeira.
As manifestações contrárias ao governo, infinitamente inferiores às favoráveis, são manipuladas e superdimensionadas pela mídia. Mercenários super armados pela CIA, o M16 e o MOSSAD, com o apoio das oligarquias árabes, infiltram-se pelas fronteiras da Turquia e da Jordânia, que fazem o jogo do imperialismo. O confronto entre provocadores e franco atiradores e as forças militares e policiais fazem vítimas dos dois lados e acabam provocando vítimas civis. Este cenário é utilizado para justificar a intervenção militar no país.
Já sobre a Síria, os círculos imperialistas, mal disfarçando suas garras, já falam em “zona de exclusão”, “corredor humanitário”, “rebeldes”, “forças de paz”, “sanções”, enfim toda a cantilena preparatória das ocupações militares. Porta-aviões dos Estados Unidos já se encontram na costa síria; crescem as sanções para estrangular o país e os tradicionais apelos para que abandonem a Síria os estrangeiros das grandes potências que pretendem invadir o país.
Claro. A Síria é um dos maiores obstáculos aos intentos expansionistas do imperialismo e do sionismo. É um dos poucos países com que os palestinos têm podido contar. Tem localização estratégica para o projeto expansionista chamado Grande Israel e cria condições para agressão em seguida ao Irã e talvez o Líbano, para ajudar a completar a limpeza étnica que o sionismo leva a efeito na Palestina e a hegemonia imperialista em todo o Oriente Médio.
Na Líbia, o governo “rebelde”, aplaudido por uma certa esquerda pautada pela mídia, se ocupa agora de entregar o petróleo aos vencedores e transformar o país numa enorme base militar imperialista para dominar o continente africano.
Com que moral os Estados Unidos e a OTAN - que já mataram, torturaram e feriram nos últimos anos mais de um milhão de pessoas, a imensa maioria civis, em diversos países – pode falar em direitos humanos?
Com que moral a Arábia Saudita, os emirados e monarquias árabes, os regimes mais conservadores e autoritários do mundo, podem falar em democracia?
Por isso, o PCB não vacila. A luta de classes tem sempre lado. O nosso lado é o dos trabalhadores e daqueles que lutam contra o imperialismo.
Por isso, conclamamos o governo brasileiro a rever seu voto na ONU, de condenação à Síria, e aos trabalhadores brasileiros a se manifestar em solidariedade ao povo sírio.
Por isso, toda a nossa solidariedade à esmagadora maioria dos egípcios e sírios.
Rio, 28 de novembro de 2012
PCB - Partido Comunista Brasileiro
Comissão Política Nacional
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domingo, 20 de novembro de 2011
Copa do Mundo criou "cidades neoliberais", avaliam urbanistas
NAJLA PASSOS
Decisões político-urbanísticas estariam subordinadas a interesses privados nas doze capitais brasileiras que vão sediar partidas da maior competição esportiva do planeta em 2014. Despejo de comunidades carentes por causa de obras e controle do espaço público para atender patrocinadores seriam exemplos visíveis de predomínio da lógica mercantil.
RIO DE JANEIRO – Comitês populares criados nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 reclamam que a realização do megaevento – e também da Olimpíada de 2016 – está motivando intervenções nos municípios que extrapolam a seara esportiva de modo prejudicial a seus habitantes. Queixam-se que os espaços públicos estariam sendo mercantilizados, que a especulação imobiliária corre solta, que famílias estão sendo despejadas por causa das obras.
Este tipo de crítica não se limita a quem muitas vezes está sentindo os problemas na pele. Também encontra eco em urbanistas. "Estamos frente a um novo pacto territorial, redefinido por antigas lideranças paroquiais, sustentadas por frações do capital imobiliário e financeiro, e amparadas pela burocracia do Estado”, disse Orlando dos Santos Junior, mestre e doutor em Planejamento Urbano e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Santos Junior integra o Observatório das Metrópoles, um instituto virtual que reúne cerca de 150 pesquisadores na discussão de temas urbanos. Para ele, os megaeventos esportivos alteraram o processo decisório nas cidades. Investimentos públicos e privados orientam-se agora em função dos eventos, não das necessidades das pessoas. Corte de impostos, transferência de patrimônio imobiliário e remoção de comunidades de baixa renda seriam exemplos disso. “Essas remoções são espoliações, já que as aquisições são feitas por preços muito baixos”, afirmou.
Mestre em arquitetura e urbanismo, a professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) Nelma Oliveira acredita que os megaeventos estão criando o que ela chama de “cidades neoliberais”. Nelas, decisões políticas e urbanísticas estariam subordinadas aos interesses privados. Isso seria visível nas regras de exploração comercial. “Existe um controle do espaço público para atender aos patrocinadores, que querem o espaço das cidades, e não apenas do estádio”, disse.
Além das comunidades carentes vítimas de remoção, Nelma aposta que trabalhadores informais e profissionais do sexo vão ser reprimidos. “Limpar a cidade e proibir a atuações desses grupos faz parte do processo de higienização das metrópoles”, afirmou a professora, que participou nesta sexta (18), junto com Santos Junior, de debate em seminário sobre comunicação que acontece no Rio.
Presente ao mesmo debate, o jornalista Paulo Donizetti, editor da Revista do Brasil, afirmou que os megaeventos deveriam ser uma oportunidade de a sociedade discutir políticas públicas. Mas o país não estaria aproveitando. “Qual poderia ser o legado humano desses eventos? Fala-se muito do legado físico, mas não se fala em aproveitar as Olimpíadas de 2016 e desenvolver uma política esportiva”, criticou.
Segundo ele, ao contrário de outros países latino-americanos, o Brasil não tem um programa esportivo universalizado. “Por que o esporte, no Brasil, é para poucos? Nós estamos preparando uma reportagem sobre a Copa e já descobrimos que 70% das escolas brasileiras não tem nenhuma quadra”, disse.
O texto "Copa do Mundo criou 'cidades neoliberais', avaliam urbanistas" foi originalmente publicado no site Carta Maior: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19000
O relógio que você tem no pulso
LAERTE BRAGA
Jornalista, mantém o blog Brasil MobilizadoÉ possível encontrar uma variedade incrível de relógios de pulso em oferta nas várias lojas do ramo. O distinto cidadão pode encontrar relógios com aparência de Cartier vendidos no camelô da esquina e autênticos Bugati onde ele cidadão distinto não tem acesso.
Há alguns anos atrás havia nos relógios movidos a corda uma peça chamada cabelo. Sensível, a peça era responsável pelo tic tac e deveria estar sempre regulado. Uma queda, por exemplo, poderia entortar o cabelo e pronto, era preciso trocá-lo.
Não sei se os relógios de hoje têm cabelo, acredito que não. Na era digital uma parte é fabricada na China por empresas que usam trabalho escravo, outra na Indonésia, com o mesmo perfil, algumas no Timor, enfim, a junção é feita num porto livre qualquer, Manaus por exemplo.
Em tempos passado um trabalhador de uma fábrica de relógios olhava o produto final na vitrine de uma loja e sabia que determinada peça fora posta por ele. Hoje não. Sumiram as referências, desapareceu a identidade do produto, sumiu a do trabalhador.
O PCB – Partido Comunista Brasileiro – (nada a ver com o PC do B S/A, empresa que atua no Ministério dos Esportes, em ONGs, UNE e outros departamentos), em sua Conferência Nacional realizada no fim de semana passada no Rio de Janeiro reafirmou a importância de um pacto de solidariedade internacional contra o imperialismo e o capitalismo.
É fácil entender isso, é necessário perceber o sentido desse pacto para o dia a dia do processo político e do seu papel na construção de outro processo maior, o da revolução socialista.
Longe de retomar uma linguagem que insistem em dizer superada – e o fazem exatamente para alienar, vender a ideia do espetáculo como modo de vida (e o espetáculo pode ser degradante e o é) – traz de volta o debate da essência do ser humano como tal.
Ser ou não rês. É o dilema.
Roger Noriega é um funcionário da diplomacia norte-americana especialista em golpes de estado, terrorismo de Estado, e chegou a ocupar o cargo de subsecretário do Departamento de Estado no governo de George Bush. Nesse mesmo período foi embaixador de seu país na OEA – Organização dos Estados Americanos.
A história do Brasil registra, pouco antes do golpe militar de 1964, a descarada tentativa dos Estados Unidos de intervir nas eleições de 1962 em nosso País. Foram eleitos senadores, deputados federais e estaduais, alguns governadores, prefeitos e vereadores.
Uma organização de nome INSTITUTO BRASILEIRO DE AÇÃO DEMOCRÁTICA se estruturou de uma forma impressionante (revistas, jornais, comprou boa parte da nossa mídia privada, juntou empresários arrecadando fundos a fundo perdido) e tocou as campanhas eleitorais da extrema-direita, tudo no afã de preparar o caminho para afastar o então presidente constitucional do Brasil, João Goulart.
As formas de assim o fazê-lo eram as de sempre. Escorados em mentiras e fatos que criavam, infundiam o medo e o alvo era o comunismo (comunistas comiam crianças e matavam idosos). Tinham a cumplicidade de boa parte da cúpula da Igreja Católica, ainda preponderante em nosso País. Num certo olhar perderam as eleições, noutro não. Aquilo era só um primeiro ato do golpe militar.
Roger Noriega deu uma entrevista para a revista VEJA, as tais página amarelas. Aquelas que no catálogo telefônico ou em VEJA vendem e compram tudo em função de interesses das elites políticas e econômicas do País.
Segundo Noriega e isso é uma patologia clássica dos norte-americanos e da extrema-direita, escolher um alvo, demonizá-lo e abrir espaços para intervenções que tanto podem ser no controle de governos (o governo Dilma oscila entre ser e não ser, a presidente é menor que o cargo que ocupa, foi a opção que restou ao PT, hoje um partido recheado de pelegos), mas escolhem um alvo e criam “realidades fantasmagóricas” em cima desses “fatos”, dessas “realidades” e deitam e rolam no que é de fato verdade. A ação imperialista e capitalista de um complexo militar e industrial associado ao setor financeiro, com o qual dominam o mundo.
Segundo Noriega, num delírio pensado, estudado, existem ligações entre o narcotráfico e o governo do Irã e por conta disso o Brasil não está imune a atentados terroristas, principalmente à época da Copa do Mundo, em 2014.
Noriega fala da “ação terrorista” na chamada Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Uruguai), mostra os riscos cada vez maiores diante da “teimosia” do governo brasileiro em não aceitar políticas conjuntas de combate a esse “terrorismo” e vai mais além.
Estende-se à Venezuela ao dizer que o presidente Hugo Chávez está doente, vai morrer em seis meses e os conflitos que se seguirão à “morte” de Chávez serão fatores determinantes para a intervenção militar dos EUA (petróleo).
Os EUA são uma grande mentira na megalomania de potência capaz de destruir o mundo cem vezes se necessário for com seu arsenal nuclear. É um arremedo de nação, um complexo terrorista associado e hora dominado por Israel.
Colocam seus coturnos fascistas na Comunidade Europeia a partir de colônias como a Grã Bretanha, a Alemanha e a França, subjugam gregos, italianos, portugueses e quem mais se opuser a seus apetites imperiais. Estendem esses tentáculos a África, ao Oriente Médio em ações de guerra fundadas em mentiras como no caso do Iraque, da Líbia, tanto quanto sustentam ditaduras como a da Arábia Saudita, do Iêmen e têm seu principal parceiro na região, Israel, enfim, a patologia capitalista não tem limites em sua insânia.
Nero quando quis um bode expiatório para suas loucuras tocou fogo em Roma, foi tocar harpa e culpou os cristãos. O que se seguiu foi a barbárie que a história registra. Hitler tascou fogo no Parlamento e culpou os comunistas. Foi o pretexto que necessitava para controle absoluto da Alemanha e mais tarde uma guerra que dizimou a Europa, matou milhões de pessoas.
Os EUA tanto inventam armas químicas e biológicas no Iraque, como “intervenção humanitária” na Líbia, suposto terrorismo no Brasil, numa espécie de rede que lhes permita manter o controle dos “negócios” e continuar sobrevivendo às custas da exploração sobre povos de todo o mundo.
VEJA, como a mídia privada brasileira (GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO, RBS, ESTADO DE MINAS, ÉPOCA, etc) são apêndices, braços desse processo. Não têm escrúpulos, compromisso algum com o Brasil e os brasileiros. Mas com os que pagam.
Tanto faz que seja William Waack apontado pelo WIKILEAKS como agente norte-americano, ou o Bonner, que só disfarça essa característica, até porque, como disse a estudantes e professores de jornalismo que visitaram a redação do JORNAL NACIONAL, o telespectador “é um idiota”. Usou o eufemismo Homer Simpson.
E deve ter alguma razão, pois os índices de audiência a despeito de uma queda continuam altos e lhe permitem manter a liderança.
Do Brasil querem a água, o petróleo, o nióbio, todas as riquezas minerais, o controle total e absoluto, que significam em submissão plena de nossos governos, caso do governo FHC. Tomava broncas homéricas de Bil Clinton quando não fazia as “coisas certas”.
Dos brasileiros querem nos transformar em zumbis caminhando pelas ruas sem vontade, sem espírito crítico, medrosos e aceitando todo o poderio dos tênis NIKE, ou das mais variadas marcas de chicletes, acreditando que somos uma potência.
O desejo real é que sejamos a grande base dos EUA para toda a América Latina.
Nossas forças armadas em sua imensa e esmagadora maioria são subordinadas a Washington.
Não têm a menor preocupação com a soberania e a independência do Brasil, o discurso patriótico é canalha como afirma Samuel Johnson (o golpe de 1964 destruiu o que havia de digno nas forças armadas e a reconstrução é lenta).
Os braços desse complexo terrorista – EUA e ISRAEL – são muitos. O tratado de livre comércio assinado por Lula com Israel abriu as portas do Brasil a agentes da MOSSAD – serviço secreto de Israel, especialista em assassinatos, extorsões, tortura, etc – e permite que se infiltrem, a guisa de orientação, treinamento, etc, em instituições como a Polícia Federal, polícias estudais (militar e civil), em todos os setores chaves da economia (Israel controla a nossa indústria de armas), numa grande rede que vai se fechar quando submeterem o Brasil a seus interesses.
O caso do combate à corrupção, arma que usam sem pejo, mesmo sabendo que a corrupção é parte do capitalismo e do imperialismo. Investigações simples levariam para a cadeia figuras como José Sarney, José Serra, FHC, Aécio Neves, Geraldo Alkcimin, boa parte doa grandes banqueiros e empresários brasileiros, enfim, só não o fazem porque não o querem, são controlados, digamos assim, por esses interesses.
Roger Noriega lembra a figura sinistra de Dan Mitrione. O agente da CIA que em tempos de ditadura veio ensinar aos militares e aos grupos de repressão métodos de tortura, de investigação recheados de brutalidade e violência.
VEJA é o instrumento midiático usado para veicular e gerar esse medo, criar essa falsa realidade. Como o grupo GLOBO e toda a grande mídia.
O governo Dilma é só um amontoado de meu Deus me ajuda, tonto e perdido em meio a estatura política da presidente, menor que o cargo que ocupa, cheio de inconsequentes como o tal Lupi – Ministro do Trabalho – e que a cada dia serve-se em bandeja de alumínio, nem de prata é, a esses interesses e propósitos.
O Brasil cresce? Claro, mas como rabo de cavalo, para baixo, pois os donos de crescimento não são os brasileiros, com todo o argumento diminuição das camadas mais pobres ou excluídas.
Não somos senhores do nosso progresso que resta privilégio de grupos empresariais nacionais e internacionais. E esses não têm nem pátria e nem compromisso com a classe trabalhadora.
O pacto proposto pelo PCB em sua Conferência Nacional, o diagnóstico feito no evento, é perfeito em todos os sentidos e o tratamento só resultará em cura com a luta nas ruas, a organização popular, a construção do processo revolucionário. Um pacto de solidariedade anticapitalista e anti-imperialista.
E esse não será com alianças espúrias em função de eleições. O mundo institucional está falido.
Será nas ruas, mas longe de ser viável sem organização e diretrizes claras. Do contrário acontece o que aconteceu no Egito. Sai Mubarak, ficam os generais de Mubarak. Não muda nada.
A peça de relógio produto de trabalho escravo na China tem a ver com cada um de nós quando escolhemos um deles na vitrine. Ou compramos um “Cartier legítimo” no camelô.
Muito mais da metade das bolsas das madames paulistas que discutiram a USP num chá de fofocas é falsificada, a despeito das marcas pomposas. É a hipocrisia das elites, outra patologia do capitalismo.
O texto "O relógio que você tem no pulso" foi originalmente publicado no site Diário Liberdade: http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=21703:o-relogio-que-voce-tem-no-pulso&catid=295:livre-expressao&Itemid=21
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Saudação ao Povo Negro
NOTA POLÍTICA DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO
Minervino de Oliveira |
O Partido Comunista Brasileiro associa-se às celebrações pela passagem do Dia da Consciência Negra
O comprometimento de nosso partido para com as lutas pela valorização do negro brasileiro vem de longa data. Já em julho de 1930 denunciávamos a persistência de elementos de escravidão na situação real experimentada pelos negros do país, não obstante a tão propalada Abolição da Escravatura. Neste mesmo ano, nas eleições presidenciais, apresentamos ao povo a candidatura de Minervino de Oliveira, militante de nosso partido, que se tornou então o primeiro negro e o primeiro operário a disputar a presidência da república.
Em nossa Primeira Conferência Nacional de julho de 1934, realizada na mesma época em que se iniciava a propagação da tese da “democracia racial brasileira”, denunciávamos o racismo das classes dominantes e nos comprometíamos a apoiar todas as lutas pela igualdade de direitos econômicos, políticos e sociais de negros e índios.
Ainda em meados da década de 30, o intelectual comunista baiano Edison Carneiro iniciava uma vasta e significativa obra de investigação e resgate da cultura afro-brasileira, tornando-se um dos pioneiros em tal campo de estudos e uma referência fundamental até os dias de hoje. Este mesmo Edison Carneiro, com o apoio de outros intelectuais comunistas como Jorge Amado e Aydano do Couto Ferraz, criava, no ano de 1937, a União de Seitas Afro-Brasileiras, a primeira entidade criada no país com o objetivo de proteger e cultivar os valores e as tradições religiosas de matriz africana.
Na década de 1940, o PCB solidificou seu engajamento na luta contra o racismo e em defesa da cultura afro-brasileira. Sob sua legenda elegeu-se, em 1945, Claudino José da Silva, primeiro negro a exercer mandato parlamentar e primeiro constituinte negro da história do Brasil. Durante os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte de 1946, coube ao escritor e deputado comunista Jorge Amado a elaboração do projeto da primeira lei federal que estabeleceu a liberdade para a prática das religiões afro-brasileiras. Este período registra também a criação do Teatro Experimental do Negro, que tem como um de seus principais expoentes o ator, poeta e teatrólogo comunista Francisco Solano Trindade, que marcaria com sua atividade intensa a arte popular brasileira das décadas seguintes. Alguns anos mais tarde, apareceram os primeiros trabalhos de Clóvis Moura, então vinculado ao PCB, cuja produção aportaria uma importante contribuição aos estudos históricos e sociológicos sobre o negro no Brasil.
Se no passado nós comunistas estivemos presentes em praticamente todos os momentos relevantes da trajetória do povo negro brasileiro, no presente continuamos a apoiar e nos envolver com essas lutas. Apoiamos as reivindicações imediatas e conquistas parciais do movimento negro como o estabelecimento de reservas de vagas das universidades públicas, a titulação das terras das comunidades remanescentes de quilombos e o Estatuto da Igualdade Racial. No entanto, compreendemos que nenhuma destas conquistas parciais estará assegurada no futuro enquanto perdurarem: a) o esvaziamento e sucateamento das universidades públicas, a privatização e a mercantilização do ensino; b) o controle do Estado pelos grandes proprietários fundiários e a subordinação da política agrária do governo aos interesses do agro-negócio; c) a hegemonia dos interesses do grande capital nacional e internacional no interior da sociedade brasileira e a subordinação das necessidades do povo à lógica da acumulação capitalista.
Para que as atuais conquistas sejam mantidas e aprofundadas e para que novas sejam alcançadas é essencial que as lutas do povo negro, sem prescindir de sua especificidade, estejam combinadas às lutas gerais do povo e dos trabalhadores brasileiros. É necessário somar esforços aos movimentos em defesa de uma universidade pública gratuita e de qualidade, voltada para a resolução dos problemas nacionais e para a promoção social das classes populares, apoiar as ações contra o monopólio da propriedade da terra pelos grupos latifundiários e por uma reforma agrária ampla e radical, mobilizar-se enfim, por um poder político que seja a encarnação da vontade de negros e negras, trabalhadores das cidades e dos campos, pequenos proprietários urbanos e rurais, artistas e intelectuais avançados.
Salve o Dia da Consciência Negra!
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)
O comprometimento de nosso partido para com as lutas pela valorização do negro brasileiro vem de longa data. Já em julho de 1930 denunciávamos a persistência de elementos de escravidão na situação real experimentada pelos negros do país, não obstante a tão propalada Abolição da Escravatura. Neste mesmo ano, nas eleições presidenciais, apresentamos ao povo a candidatura de Minervino de Oliveira, militante de nosso partido, que se tornou então o primeiro negro e o primeiro operário a disputar a presidência da república.
Em nossa Primeira Conferência Nacional de julho de 1934, realizada na mesma época em que se iniciava a propagação da tese da “democracia racial brasileira”, denunciávamos o racismo das classes dominantes e nos comprometíamos a apoiar todas as lutas pela igualdade de direitos econômicos, políticos e sociais de negros e índios.
Ainda em meados da década de 30, o intelectual comunista baiano Edison Carneiro iniciava uma vasta e significativa obra de investigação e resgate da cultura afro-brasileira, tornando-se um dos pioneiros em tal campo de estudos e uma referência fundamental até os dias de hoje. Este mesmo Edison Carneiro, com o apoio de outros intelectuais comunistas como Jorge Amado e Aydano do Couto Ferraz, criava, no ano de 1937, a União de Seitas Afro-Brasileiras, a primeira entidade criada no país com o objetivo de proteger e cultivar os valores e as tradições religiosas de matriz africana.
Na década de 1940, o PCB solidificou seu engajamento na luta contra o racismo e em defesa da cultura afro-brasileira. Sob sua legenda elegeu-se, em 1945, Claudino José da Silva, primeiro negro a exercer mandato parlamentar e primeiro constituinte negro da história do Brasil. Durante os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte de 1946, coube ao escritor e deputado comunista Jorge Amado a elaboração do projeto da primeira lei federal que estabeleceu a liberdade para a prática das religiões afro-brasileiras. Este período registra também a criação do Teatro Experimental do Negro, que tem como um de seus principais expoentes o ator, poeta e teatrólogo comunista Francisco Solano Trindade, que marcaria com sua atividade intensa a arte popular brasileira das décadas seguintes. Alguns anos mais tarde, apareceram os primeiros trabalhos de Clóvis Moura, então vinculado ao PCB, cuja produção aportaria uma importante contribuição aos estudos históricos e sociológicos sobre o negro no Brasil.
Se no passado nós comunistas estivemos presentes em praticamente todos os momentos relevantes da trajetória do povo negro brasileiro, no presente continuamos a apoiar e nos envolver com essas lutas. Apoiamos as reivindicações imediatas e conquistas parciais do movimento negro como o estabelecimento de reservas de vagas das universidades públicas, a titulação das terras das comunidades remanescentes de quilombos e o Estatuto da Igualdade Racial. No entanto, compreendemos que nenhuma destas conquistas parciais estará assegurada no futuro enquanto perdurarem: a) o esvaziamento e sucateamento das universidades públicas, a privatização e a mercantilização do ensino; b) o controle do Estado pelos grandes proprietários fundiários e a subordinação da política agrária do governo aos interesses do agro-negócio; c) a hegemonia dos interesses do grande capital nacional e internacional no interior da sociedade brasileira e a subordinação das necessidades do povo à lógica da acumulação capitalista.
Para que as atuais conquistas sejam mantidas e aprofundadas e para que novas sejam alcançadas é essencial que as lutas do povo negro, sem prescindir de sua especificidade, estejam combinadas às lutas gerais do povo e dos trabalhadores brasileiros. É necessário somar esforços aos movimentos em defesa de uma universidade pública gratuita e de qualidade, voltada para a resolução dos problemas nacionais e para a promoção social das classes populares, apoiar as ações contra o monopólio da propriedade da terra pelos grupos latifundiários e por uma reforma agrária ampla e radical, mobilizar-se enfim, por um poder político que seja a encarnação da vontade de negros e negras, trabalhadores das cidades e dos campos, pequenos proprietários urbanos e rurais, artistas e intelectuais avançados.
Salve o Dia da Consciência Negra!
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)
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