O 52° Congresso da UNE foi marcado pelo alto grau de institucionalização, tanto dos seus fóruns como dos seus debates e consolidou o triste papel que a UNE vem cumprindo hoje na sociedade brasileira: discutir a educação à luz das demandas do capital com a perspectiva de expandi-lo ou reformá-lo atrelado a um projeto consensual com a própria burguesia brasileira (nesta edição, o CONUNE convidou debatedores como Paulo Skaff, Presidente da FIESP).
A ausência de debates, ousadia, crítica e autonomia refletem no pouco diálogo que existe hoje da UNE com o cotidiano dos estudantes; prova disso é o gradual esvaziamento do espaço. O que já foi bem diferente. A UNE na sua história sempre protagonizou (com a participação ativa da UJC) as principais lutas por uma educação pautada pelas necessidades das classes populares e da sociedade em geral através de um forte apelo e mobilização dos estudantes.
A UJC reconhecendo esta importância participou do último CONUNE para além das disputas de cargos e delegados, mas com a preocupação em expandir e fortalecer o movimento nacional pela UNIVERSIDADE POPULAR, juntamente com a Juventude Comunista Avançando e Juventude Libre. Organizamos dois debates paralelos ao Congresso, ambos com uma grande participação: o primeiro sobre “A crise estrutural do capitalismo e a alternativa socialista”, com a contribuição do camarada Robson, da direção estadual do PCB em Goiás; o outro foi com a temática “Caminhos para a Universidade Popular”, onde em um clima construtivo as militâncias da UJC, JCA e Juventude Libre apresentaram o acúmulo teórico e histórico do debate de universidade popular para mais de 70 estudantes.
Nas suas intervenções na plenária final, o “movimento nacional pela Universidade Popular” denunciou com muita veemência o atual estágio de amoldamento a institucionalidade burguesa da UNE, além de reafirmar a necessidade de se construir um movimento político amplo e estratégico no campo da educação, de caráter anticapitalista e antiimperialista, superando a lógica de disputa interna da UNE ou criação de aparelhos paralelos divisionistas, como o caso da ANEL.
Sem dúvida alguma, as intervenção qualificada da UJC com os camaradas da JCA e Juventude Libre neste limitado congresso reafirmaram a necessidade da edificação de uma universidade para além do capital, a universidade popular. Coerência política e ideológica que conquista o respeito de diversas organizações e estudantes do campo da esquerda que hoje compõe a oposição de esquerda da UNE, a qual infelizmente se limitou a atuar e discutir nos limites do Congresso da UNE.
Temos a clareza de que o movimento pela Universidade Popular pertence a todos os lutadores que não se iludem em discutir a Universidade separada das grandes questões da sociedade nem muito menos nutrem a ilusão de humanizar ou reformar a atual lógica nefasta de mercantilização da vida ocasionada pelo desenvolvimento do capitalismo em nosso país.
Portanto, TODOS AO I SEMINÁRIO DE UNIVERSIDADE POPULAR, EM PORTO ALEGRE, NOS DIAS 2,3 E 4 DE SETEMBRO!
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