segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Questão do Campo




Nos últimos tempos, o MST tem vivido com a incoerência do governo. Cada vez mais aumenta o investimento no agronegócio em detrimento da reforma agrária.
Em março de 2011, o movimento iniciou uma luta na região norte do estado, onde as famílias acampadas levaram para o governo do estado a demanda de assentamento de mil famílias até o final do ano. Após essa mobilização, foi fechado o acordo de que até setembro de 2011 seriam assentadas  400 famílias.
Chegando o mês de setembro o governo não havia cumprido o acordo. As famílias voltaram a se mobilizar, ocupando uma área em Viamão que era utilizada para o plantio de maconha. Essa movimentação resultou na conquista de uma área da secretaria de segurança no município de charqueadas, além da promessa de que, em 10 dias, o governo apresentaria a proposta de uma segunda área na região.
Passado esses 10 dias, não foi apresentado nenhuma proposta.  As famílias ocuparam, então, uma área da FEPAGRO, que há 17 anos está  sendo arrendado para particulares. Essa ocupação tinha o objetivo de assentar as famílias em Eldorado, e também em uma segunda área, que estava ociosa.
Depois de muita pressão o governo fez mais um acordo com as famílias acampadas:
1. Seria permitido ocupar parte da área de charqueadas imediatamente, e o restante da terra seria liberado até junho de 2011.
2. O governo faria um assentamento coletivo na área de eldorado e se constituiria um grupo, a fim de discutir uma produção de arroz ecológico.
3. Seria realizado o assentamento da área de Taquari.
Até hoje o governo não cumpriu nenhum desses acordos. Mesmo assim, as famílias foram ocupando as áreas, constituindo na prática os assentamentos.
 Na última semana, voltou-se atrás no acordo; devido à pressão da Federação da Indústria e Comércio, quer-se vender a área de Eldorado. Em Charqueadas, faz-se pressão para retirar do assentamento a melhor parte da área ocupada.
As famílias decidiram que não vão aceitar este retrocesso e se mobilizaram. Além de ocuparem as áreas que tem direito, começaram a produzir nelas. O GTUP foi solidário nesse momento; Visitamos o assentamento de Eldorado, a fim de registrar a essa mobilização.
É vergonhosa a atitude do governo. Retirar áreas, agora produtivas, que geraram renda para dezenas de famílias, em favorecimento de grandes companhias é no mínimo questionável; é realmente injusto.
O GTUP legitima a luta dessas famílias mobilizadas. Esperamos que a partir desse primeiro contato com o movimento, possamos trocar experiência e construir juntos à esses companheiros uma grande relação de solidariedade.




domingo, 5 de agosto de 2012

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